Desde há algum tempo que FC Porto e Sp. Braga têm uma relação que se pode considerar amistosa. Provas evidentes disso são os empréstimos de jogadores, como Rentería ou Ukra, a ligação histórica de Domingos Paciência aos “dragões” ou a proximidade entre os presidentes, Pinto da Costa e António Salvador.

No entanto, apesar dessa proximidade entre portistas e braguistas, é inegável que nunca eles gostaram tanto de estar juntos como agora. Ambas as equipas estão na final desejada, depois de até terem “expulso” da casa europeia um inquilino indesejado, o Benfica. É a partir das 19h45 desta quarta-feira que Porto e Braga interrompem a amizade durante 90 minutos (ou 120, em caso de prolongamento) e disputam aquele que é o troféu mais importante dos últimos anos para clubes portugueses.

A caminho de Dublin

Para chegarem à final da Liga Europa, FC Porto e Sp. Braga tiveram de eliminar vários obstáculos.

FC Porto:
– Sevilha
– CSKA Moscovo
– Spartak Moscovo
– Villarreal
Sp. Braga:
– Lech Poznan
– Liverpool
– Dínamo Kiev
– Benfica

Ir para fora, cá dentro

Habituados a estarem separados por apenas 50 quilómetros, FC Porto e Sp. Braga tiveram que percorrer, desta vez, cerca de 1300 para se defrontarem na final da Liga Europa. Por isso, parte do Norte do país vai “emigrar” para Dublin e fazer da capital irlandesa uma espécie de final da Taça de Portugal. De facto, essa competição foi o máximo que os bracarenses alcançaram na sua história, em 1966, diante do Vitória de Setúbal.

Já o FC Porto tem outra experiência: mais recentemente, chegou a atingir, em 2004, a glória máxima na Europa, ao levantar a taça da Liga dos Campeões. Em 1987, também ganhara o troféu equivalente, diante do Bayern de Munique. E por falar em troféu equivalente, refira-se que os portistas ergueram, em 2003, a Taça Uefa, competição similar à Liga Europa. Portanto, experiência é o que não falta a esta “turma”.

Paciência das “Boas”

Esta época, Domingos Paciência (42 anos) e André Villas-Boas (33 anos) têm levado as suas equipas a desempenhos impressionantes. Ambos jovens, já são “treinadores da moda”. O técnico “azul-e-branco” conquistou o campeonato nacional e está em duas finais importantes. Se conquistar a de Dublin, ficará na história como o mais jovem de sempre a erguer um troféu do tipo. O “arsenalista”, com um plantel limitado, conseguiu chegar ao jogo mais importante da Liga Europa.

A nível interno, contra a sua ex-equipa como jogador, tem sido Domingos a ter que ter “paciência”. Nos dois jogos que o Braga disputou com o FC Porto, esta temporada, perdeu. Primeiro no Dragão, por 3 – 2, naquele que foi considerado um dos melhores jogos do campeonato, e depois no AXA, por 0 – 2. Pode ser que à terceira seja de vez, com o Sp. Braga a poder vencer o jogo mais importante de todos.

Para essa missão, Domingos deverá escalar o seguinte “onze”: Artur; Sílvio; Rodríguez; Paulão; Miguel Garcia; Custódio; Salino; Hugo Viana; Alan; Paulo César; Lima. Do lado dos “dragões” devem alinhar: Helton; Álvaro Pereira; Rolando; Otamendi; Sapunaru; Fernando; João Moutinho; Guarín; Varela; Hulk; Falcao. Os dados estão lançados.