“A liberdade não tem data marcada e aparece quando menos se espera”, lê-se num dos eventos do Facebook que convoca os portugueses para uma manifestação “por uma sociedade melhor”, esta sexta-feira, às 20h00, em várias cidades do país.

O protesto tem como inspiração o movimento “Democracia Real Já“, que tem arrastado para as ruas espanholas milhares de pessoas há vários dias e que está a espalhar-se pela Europa. Porto, Lisboa, Coimbra, Faro e Braga são os pontos de concentração em Portugal, mas, nas redes sociais, existem convocatórias para manifestações e “acampamentos” em cidades como Londres, Paris, Bruxelas, Berlim e Roma.

Nos diversos eventos no Facebook, cerca de 800 pessoas confirmaram a sua participação. Ricardo Miranda é um dos jovens que já começou “a fazer barulho no Facebook para chamar as pessoas para a Batalha”, diz ao JPN. “Queremos demonstrar que já não aguentamos mais este sistema”, afirma.

A iniciativa, convocada através das redes sociais, não tem uma organização definida. Como tal, Ricardo Miranda diz que só no local é que vão “ver como é que as coisas correm”. Mas acrescenta que era “óptimo” se, durante o fim-de-semana todo, estivessem tantas pessoas como estiveram na manifestação da “Geração à Rasca”.

Manifestação para “conseguir uma mudança”

Na noite de quinta-feira já decorreu uma manifestação em frente à embaixada de Espanha em Lisboa, com cerca de 300 pessoas que se “reuniram numa espécie de assembleia e decidiram continuar as vigílias”, afirma Ricardo Miranda. No Porto, estiveram à volta de uma centena de pessoas. A iniciativa deve continuar hoje, sexta-feira, no Rossio (Lisboa), na Praça da Batalha (Porto) e na Praça 8 de Maio (Coimbra).

Recorde-se que também no passado domingo decorreu uma manifestação denominada “A Rua é Nossa”, mas, no Porto, apenas compareceram quinze pessoas.

Tal como tem acontecido com as iniciativas deste género, como a “Geração à Rasca”, os manifestantes afirmam-se “pacíficos mas firmes, apartidários mas conscientes, laicos mas peregrinos de um país renascido”, como é possível ler no apelo à participação no evento no Facebook. Aliás, Ricardo Miranda acrescenta que a intenção é “continuar a luta que vem do 12 de Março” e tentar “conseguir uma mudança”.

Em Espanha, os manifestantes devem manter-se nos locais até domingo, dia das eleições regionais e municipais, apesar da Junta Eleitoral Central ter proibido as manifestações, proposta que o Governo espanhol ainda está a analisar.