À hora marcada estavam cerca de duas dezenas de pessoas na Praça da Batalha, no Porto, para a manifestação convocada pelo movimento “Democracia Real Já”. A pouco e pouco foram-se juntando mais manifestantes e o número aumentou para cerca de 50 pessoas.

A pouca divulgação da manifestação foi uma das causas apontadas para a fraca adesão. “Acho que não teve muita divulgação, se não morasse aqui próximo não tinha vindo”, afirma Ana Fernandes, uma das manifestantes portuguesas, ao JPN. Se a manifestação tivesse sido convocada com maior antecedência, teria havido mais adesão das pessoas, assegura a jovem.

Um dos jovens que tentou divulgar o movimento pelos estudantes do Porto foi Antón Pérez, um jovem espanhol a estudar na invicta. Antón Pérez revela ao JPN que foi “difícil contactar com os portugueses”, nomeadamente com as associações de estudantes.

O objectivo da iniciativa era “trazer o mesmo que se passou lá [na Espanha] para Portugal”, conta. Porém, os resultados não foram os esperados.

Com alguns cartazes improvisados no local, os manifestantes trocavam impressões sobre a actual situação económico-social na Península Ibérica. Na opinião de Antón Pérez, Portugal “tem problemas graves que tem que solucionar” e a solução é motivar as pessoas para participarem activamente na vida política.

Já Ana Fernandes afirma que só “quando as pessoas começarem a sentir as graves penalizações” é que vão tomar consciência de que a actual situação resulta de uma série de más políticas sociais “que se foram arrastando”.

Quando questionado se iriam ficar na Praça até 5 de Junho, dia das eleições legislativas em Portugal, Antón Pérez afirma que se for preciso vai lá estar, mas quer conciliar a manifestação com os estudos.

Quanto ao seu país natal, Antón Pérez acredita que os acampamentos que estão a ocorrer em diversas cidades espanholas vão conseguir mudar alguma coisa em Espanha. Na opinião do jovem, Espanha precisa de uma nova lei eleitoral, uma vez que actual beneficia os dois maiores partidos do país.