Na apresentação do manifesto eleitoral dos candidatos do Bloco de Esquerda (BE) pelo distrito do Porto, João Semedo destacou, como principais metas do partido, o “combate à pobreza e ao desemprego”. Durante a apresentação, esta segunda-feira, o candidato do BE, destacou os três principais compromissos do partido de esquerda: políticas sociais, investimento público e regionalização.

“As prioridades não podem deixar de ser o reforço das políticas sociais e o investimento na economia e nos serviços públicos para criar emprego e emprego com direitos, para as quais deve ser canalizado todo o investimento público necessário”, pode ler-se no manifesto.

Para o Bloco de Esquerda, é incompreensível e injustificável que “um milhão de portugueses” tenham perdido os apoios sociais (subsídio de desemprego, RSI, abono de família, complemento solidário para idosos, bolsas de estudo) que recebiam do Estado “sem que se tenham alterado as condições que o justificavam”. Por isso, João Semedo realçou a necessidade de “revogar a lei que o permitiu”.

“É preciso que o Estado invista na economia regional: nas florestas, agricultura, pescas, eficiência energética, fibra óptica”, advoga o manifesto bloquista. As principais prioridades passam, por isso, pela modernização e investimento na rede de transportes, na reabilitação urbana, na investigação científica e tecnológica, no turismo, entre outros.

“O Estado deve investir na rede de saúde pública”, nomeadamente na “construção ou modernização dos centros de saúde, nos novos hospitais de Gaia, Porto Nordeste (Gondomar, Maia e Valongo) e Póvoa – Vila do Conde”, na “rede de cuidados continuados” e no “apoio à terceira idade”, destacou o deputado de esquerda.

Regionalização não foi esquecida pelo Bloco

João Semedo falou na necessidade e “dever de recusar aquilo que não serve o interesse da região”, referindo-se ao encerramento de “serviços de finanças, agências da Caixa Geral de Depósitos, postos de correios e outros serviços do estado indispensáveis aos cidadãos, a privatização dos CTT, a liquidação da autonomia do Teatro Nacional São João e da RTP N e o desaproveitamento do Centro de Produção do Porto da RTP”.

A regionalização é uma das metas do Bloco de Esquerda. O deputado de esquerda referiu que a “situação actual do país resulta de uma política centralista”. Para o partido, “a descentralização e a desconcentração dos serviços da administração pública não são alternativas à regionalização. A crise que o país atravessa não é impeditiva da criação das regiões. Pelo contrário, é uma nova razão que se acrescenta a todas as outras que a recomendam”, pode ler-se no manifesto.

João Semedo terminou a apresentação do manifesto do Bloco de Esquerda afirmando que “o que está em jogo a 5 de Junho é a resposta dos portugueses ao acordo assinado pelo PS, PSD e CDS com o FMI”.