Os cemitérios são, cada vez mais, locais de atracção turística em muitas cidades do Mundo. Seja pelo valor monumental das edificações ou pelo culto dos famosos sepultados, o turismo cemiterial ganha cada vez mais adeptos. Neste âmbito, a Câmara Municipal do Porto (CMP) celebra, entre 28 de Maio e 3 de Junho, a “Semana à Descoberta dos Cemitérios”, uma iniciativa que está integrada nas actividades da Associação dos Cemitérios de Interesse Monumental da Europa, da qual o Porto é a única cidade portuguesa associada.

Segundo Francisco Queiroz, investigador na Universidade do Porto e especialista em História da Arte, “existem sobretudo três tipos de visitantes: os estrangeiros, os nacionais e os adeptos do turismo negro”. O investigador explica que “os cemitérios são o reflexo das cidades” e relectem a história dos seus habitantes.

Os cemitérios de Agramonte e do Prado do Repouso são os únicos do país a fazer parte da Rota Europeia dos Cemitérios, que reúne 54 cemitérios espalhados por 18 países. Apesar de o Porto ser a única cidade portuguesa a fazer parte desta rota, Francisco Queiroz destaca o Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, como “o mais visitado” pelos praticantes do turismo cemiterial.

A “Semana à Descoberta dos Cemitérios” promove, até 3 de Junho, várias iniciativas que pretendem dar a conhecer a história dos principais cemitérios portuenses e de algumas personalidades que estão sepultadas nestes sítios emblemáticos da cidade. A 2 de Junho, Francisco Queiroz vai conduzir uma visita guiada ao cemitério de Agramonte, com enfoque no jazigo dedicado às vitimas do incêndio do Teatro Baquet. O especialista considera que a ideia deste evento “é muito boa e vem institucionalizar algo que já se fazia há vários anos”.

Para além da visita guiada, a “Semana à Descoberta dos Cemitérios” vai contar com um elogio de Germano Silva a Francisco de Almada e Mendonça, uma exposição fotográfica, entre outras actividades.