As taxas cobradas às empresas pelo pagamento com cartões multibanco deviam ser “mais concorrenciais com Espanha”. A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) queixa-se dos elevados valores das taxas e afirma que a situação torna-se mais grave por não existirem alternativas a este serviço, “não havendo concorrência que estimule a baixa das comissões cobradas”.

De acordo com AHRESP, as taxas cobradas às empresas pelo pagamento com cartão de crédito “variam entre 1,5% e 2,25%”. Se o pagamento for efectuado com cartão de débito, a taxa situa-se “entre 1% e 1,6%”. Por exemplo, numa transacção de 150 euros paga com cartão de débito, é cobrado um valor fixo entre 1,5 e 2,4 euros. Em Espanha, na mesma compra, a taxa varia entre 0,18 e 0,35 euros.

Estas taxas “são cobradas sobre a totalidade do pagamento” e, como tal, “deduzidas directamente nas margens das empresas”. Porém, a lei impede que as empresas possam cobrar qualquer taxa ao cliente pela utilização deste modo de pagamento.

As micro empresas e as PME “são as grandes prejudicadas”, assegura a AHRESP, uma vez que as taxas são mais elevadas para este tipo de empresas.

Contudo, e ao contrário das notícias avançadas por alguns órgãos de comunicação, a AHRESP afirma que não ponderam abandonar o pagamento por multibanco na restauração, pois este tipo de “pagamento electrónico é muito importante para o conforto” dos clientes.