São 40 horas e mais de 240 eventos que enchem o programa do maior festival de expressão artística do país com entrada gratuita. Mas o tempo é pouco para tanta oferta e tão diversificada programação cultural.

Os jardins de Serralves encheram-se de energia e cor para receber os mais pequenos e graúdos que aceitaram festejar o cinema, o teatro, o circo, a dança contemporânea e a música durante dois dias. Os hectares de verde são palco para o convívio, a expressão, as perfomances e, sobretudo, são palco para celebrar mais uma edição que magnetiza a cidade para um dos espaços mais eclécticos que a compõem.

A manhã que inaugurou o evento direccionou-se para os mais novos, com destaque para o teatro e o circo, a fazer as delícias de míudos e graúdos que encontram uma selecção criteriosa de propostas. Há oficinas para as crianças com temas como a reciclagem e a ciência.

Mas apesar da tarde solarenga ter sido ameaçada com chuva, ouviam-se por todos os espaços e jardins de Serralves vozes portuguesas e estrangeiras que, lançadas à descoberta das muitas opções, não temeram as nuvens de chuva. Os “Coneheads” fizeram teatro de rua pelos diferentes lugares e captam as atenções dos visitantes, pela expressão particular e curiosa do grupo teatral.

As famílias encontraram motivos de convívio na relva dos jardins da festa. Por toda a parte viveu-se o encanto de várias horas com opções culturais e a serenidade de conversar nas sombras refrescantes que as árvores dos jardins sabem oferecer. Exposições, workshops e visitas orientadas ao Museu de Arte Contemporânea de Serralves também fizeram parte também do leque de actividades.

Uma festa que aposta no contemporâneo e na variedade

Os dois dias imparavéis de festa envolvem uma logística que conta com mais de mil pessoas. João Fernandes, em entrevista ao JPN, referiu que a programação apostou em “iniciativas que são sempre experimentais e sempre contemporâneas”, apelando à curiosidade dos diferentes públicos que participam no Serralves em Festa.

O orçamento pretende manter-se “modesto, faz-se com metade do orçamento de qualquer Festival de Verão que existe em Portugal”. O director do Museu de Serralves destaca que o orçamento permite que “resista às crises económicas e que se desenvolva a partir de um grande voluntariado e de grandes equipas”.

Na edição de 2010, Serralves acolheu 102 mil pessoas em dois dias de festa. Despertar curiosidade e fazer acontecer são os objectivos essenciais da organização. João Fernandes reforça que o evento é “inovador na cidade do Porto, como também no país e no Mundo”, dado que não existem “outros museus de arte contemporânea e insitutições culturais que abram as suas portas desta maneira”.