É o mote indicado para criticar a situação política do país, o motivo certo para parodiar quem dá a cara por Portugal. Pode ser feito com imagens, desenhos e palavras, ditas ou cantadas. O importante é que se fale. Com humor.

João Teixeira Lopes, sociólogo e docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLIP), considera que o humor é uma possibilidade de falar daquilo que “habitualmente não somos capazes”, revelando, “na maior parte dos casos, facetas que não são facetas oficiais”.

“Todas as pessoas têm uma máscara”, diz. Mas os políticos têm uma máscara a dobrar, “uma máscara sobre a máscara”, acrescenta.

Teixeira Lopes acredita na capacidade do humor em descortinar facetas “que de outra forma seriam ocultas”, desvendando “traços de personalidade”. Por outro lado, admite que o humor também pode ser utilizado pelos próprios políticos como forma de promoção e reforço da “sua imagem oficial”.

“O humor é uma forma de fazer política”. João Teixeira Lopes reforça a facilidade dos humoristas ao “parodiarem a nossa sociedade”, fazendo “soltar o riso” daqueles que, mesmo sabendo o que é o humor, sabem que “o que está a ser dito é mais sério do que parece”.

Em Portugal, são muitos os que encontram na política o fim a atingir. O humor é o meio. Luís Afonso, Vasco Palmeirim, Luís Pedro Nunes (do “Inimigo Público“) e Quim Roscas usam a sátira de diversas formas mas o objectivo é o mesmo.

“O riso é uma forma de criticarmos a sociedade” em que estamos inseridos, “de nos apercebermos das injustiças sociais”, e “de podermos criticar quem manda em nós”, remata João Teixeira Lopes, sociólogo e docente da FLUP.