“O não pagamento da dívida” é a área “estratégica que determinará todas as outras questões relativas à situação futura” de Portugal. A opinião é defendida por João Pinto, candidato do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP) às legislativas pelo círculo do Porto. “A dívida não foi contraída pelo povo português. Foi contraída em seu nome, mas não em seu benefício”, acentua o candidato.

João Pinto reforça que, relativamente à dívida pública, deve haver “uma determinação independente de quem a contraiu, como a contraiu e porquê a contraiu”. Contudo, o candidato salienta que, no caso da maior parte da dívida, “não haverá razão para a pagar”.

“Destruir o acordo feito com a troika seria um enorme progresso”, realça o cabeça de lista do PCTP/MRPP, porque o acordo não vai trazer soluções, mas “mais problemas”. “Daqui a três anos o país vai estar muto pior do que está hoje” se os portugueses optarem pela “via do CDS, do PSD e do PS”, avisa João Pinto. “Existe alternativa” e passa pela oposição a tal medida, tendo por base o facto de “qualquer outra situação” ser “melhor que esta”.

No que diz respeito ao Porto, para o candidato este é “um centro de ligação dos transportes marítimos com a Europa e o resto do Mundo”, pelo que faz falta um “conjunto de portos marítimos” que estejam interligados com uma “ferrovia de alta velocidade”. Só assim a “ligação ao centro da Europa” poderia ser feita a Norte “e não pelo Sul”. Para além de cumprir “o papel de porta de entrada e saída para o resto do Mundo”, tal infraestrutura permitiria, também, tornar os produtos de toda a região Norte “muito mais competitivos”, como salienta o candidato.

Quanto às eleições de 5 de Junho, o partido espera “melhorar as votações” e “eleger um deputado”.”Os partidos que têm representação parlamentar deviam ser afastados dessa representação”, porque são “os principais responsáveis pela situação do país” e devem dar “lugar a outros”, resume João Pinto.