São três dias inteiramente dedicados a automóveis históricos. A edição 2011 do Grande Prémio Histórico do Porto (GPHP) conta com um total de 18 corridas, com carros das décadas de 1960 a 80. A Avenida da Boavista, palco por excelência do Circuito da Boavista, tem três troços, divididos por duas chicanes, e teve direito pavimento renovado.

Vladimiro Feliz, vereador do Turismo, Inovação e Lazer da Câmara Municipal do Porto (CMP), garantiu que o novo asfalto que a Avenida da Boavista recebeu, entre o Castelo do Queijo e a Avenida do Parque, não foi colocado a pensar, exclusivamente, no circuito. Faz parte da requalificação prevista para a artéria e, de acordo com o vereador, “os portuenses vão perceber o impacto que vai ter na vida deles”.

Bancadas improvisadas

À semelhança do que aconteceu nas anteriores edições do Circuito da Boavista, alguns portuenses, cujas casas têm uma vista privilegiada sobre as corridas, puseram mãos à obra e decidiram construir bancadas “domésticas” para assistir à passagem dos carros que, neste primeiro fim-de-semana, têm um carácter histórico.

Segurança assume importância máxima

António Abel, membro da comissão executiva do Circuito da Boavista, destacou, em visita pelo traçado, as preocupações com a segurança, quer dos pilotos quer da assistência, “particularmente importantes em circuitos urbanos”. Todo o traçado está protegido com “redes de alto impacto assentes em perfis de ferro e cabos de aço”, de modo a evitar acidentes. Ao todo são 20 mil metros quadrados de área da rede de protecção de peões. Já na Avenida do Parque há novas estruturas de segurança, “feitas para aguentar embates até 140 quilómetros por hora” e que, nas palavras de António Abel, “foram muito úteis, recentemente, no Circuito do Mónaco”. Há ainda dez pontes metálicas instaladas sobre a pista para que os peões a possam atravessar com segurança.

O recinto que, anualmente, acolhe a festa académica da Queima das Fitas do Porto transforma-se, durante este fim-de-semana, no centro nevrálgico do Circuito da Boavista. Por entre um hospital para apoio a pilotos, boxes para os carros que são, afinal, pequenas tendas e até uma roulotte de farturas, os 166 pilotos inscritos e as centenas de membros do staff vão povoar o Queimódromo – e têm, também, direito a uma bancada exclusiva.

Destaques do GPHP

Do programado Grande Prémio Histórico do Porto não fazem parte, apenas, veículos de quatro rodas. Motos clássicas vão estar em exposição perto do Edifício Transparente e estão agendadas paradas. O motociclista Giacomo Agostini é um dos nomes mais sonantes a marcar presença no Circuito da Boavista que conta, ainda, com Yves Courage, conhecido piloto dos anos 70 que correu nas 24H Le Mans.

É perto do Queimódromo que fica a chicane da recta da meta que, nesta edição, está à direita, na Estrada da Circunvalação. Foi construída, de acordo com António Abel, “para obrigar os pilotos a reduzir a velocidade após a descida da Estrada da Circunvalação”, troço do circuito onde os carros atingem mais de 300 quilómetros por hora.

Quanto à bilheteira, Vladimiro Feliz aponta para três mil ingressos já vendidos, destacando o facto de os patrocinadores adquirirem, nalguns casos, bancadas inteiras. O retorno financeiro esperado para a economia é de, pelo menos, quatro milhões de euros, segundo o vereador, num valor estimado, apenas para o WTCC – Mundial de Turismo, que acontece no fim-de-semana de 1 a 3 de Julho.

A área para convidados, a “Vip Village“, situa-se perto do Castelo do Queijo, numa área total que ronda os cinco mil metros quadrados, dos quais cerca de 1.800 se destinam, apenas, ao restaurante.