Ao segundo dia, o Marés Vivas descansou. Depois da enchente da primeira noite, a praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, estava mais vazia. A chegada ao recinto fez-se de forma gradual e sem grandes pressas.

O sol voltou a fazer companhia aos poucos festivaleiros que chegaram ao recinto depois das 17h00, altura em que abriram as portas. Quando Mendes & João Só abriram o Palco Moche, estavam na tenda poucas dezenas de pessoas. Um concerto calmo à beira-rio e ligeiramente intimista, a contrastar com o cenário vivido no primeiro dia.

Com um recinto ainda tímido e com pouca vida, foi a vez dos Classificados subirem ao palco secundário. Um concerto onde foram apresentados os grandes temas da banda, como “Rosa (Do Teu Jeito de Ser)” ou “Um Segredo Fechado”.

Enquanto os festivaleiros se aproximavam, discretamente, do palco principal, as zonas de lazer faziam toda a gente vibrar e eram a grande atracção do final da tarde.

Música à flor da pele

Com a chegada da noite, o recinto começou a ganhar novo fôlego. Os relógios ainda não marcavam as 22h00 quando os Expensive Soul subiram ao palco. Cheios de garra e energia, levaram o público ao rubro: eram mais que muitas as mãos no ar que acompanhavam as coreografias frenéticas que se avistavam em cima do palco. Eram poucas as vezes em que os pés se mantinham assentes no chão: a música e a energia de Demo e de New Max não deixavam que assim fosse. Com os temas “O Amor é Mágico” e “Dou-te Nada” os rapazes de Leça da Palmeira aqueceram os corações dos festivaleiros e levaram a plateia ao rubro.

Com a noite a meio, o recinto do Marés Vivas ficou praticamente lotado para receber os Skunk Anansie. Com um fato cravejado de lantejoulas e adereços que lembravam “asas” douradas, o conjunto psicadélico de Skin tornou todo o cenário ainda mais hipnotizante. Com a garra que lhe é característica, Skin prendeu a atenção do público do primeiro ao último minuto. Um concerto que passou, rapidamente, a uma autêntica festa rock. Êxitos como “Charlie’s Big Potatoe”, “Hedonism” ou “Secretly” fizeram as delícias dos que rumaram até à praia do Cabedelo. Mas não faltaram os temas do mais recente álbum, como o badalado “Over The Love”, que também já estão na ponta da língua dos festivaleiros.

Skin acabou por ser a grande mestre de cerimónias de uma festa eclética, onde, para além da “boa onda” dos Expensive Soul e do puro rock de Skunk Anansie, houve ainda espaço para a música electrónica de Moby.

O norte-americano aproveitou o facto de ser sexta à noite para convidar todos para uma “disco party”, recheada de sucessos como “We Are All Made of Stars”, “Sunday (The Day Before My Birthday)” e “Go”. À guitarra ou ao piano, Moby deu um espectáculo de luz e som onde nem uma violinista faltou. Um concerto onde toda a gente mostrou que o público do Marés Vivas sabe dançar.

A festa prolongou-se pela noite dentro com as actuações de Gonçalo Mendonça, dos Let There Be Rock e de Kicko. A 9.ª edição do Marés Vivas termina mais logo, com uma noite saudosista, com as actuações dos Tindersticks ou dos The Cranberries.