Desenhar fotografias parece ser o que Ricardo Cabral prefere fazer. Prova disso mesmo são os livros que o ilustrador português já publicou: “Israel Sketchbook”, “New Born – 10 dias no Kosovo” e “Evereste”. E descrevê-los simplesmente como livros de ilustrações não faz juz ao trabalho de Cabral, cujo mote são as viagens.

O processo é relativamente simples: Ricardo Cabral nunca se esquece do bloco de notas e da máquina fotográfica quando viaja, aproveitando sempre para registar as suas impressões nas páginas em branco. E daí pode nascer uma série de ilustrações ou um livro. Ou uma edição especial de um caderno da Moleskine, como aconteceu este ano com um dos seus desenhos.

“A Moleskine colocou à disposição dos utilizadores do seu site cadernos para mostrarem os seus trabalhos. Eu coloquei lá alguns desenhos e, mais tarde, escreveram-me um e-mail a dizer que um dos desenhos tinha sido seleccionado para capa da nova colecção”, conta Ricardo Cabral. “O desenho escolhido faz parte de uma série que fiz em Barcelona, onde passei alguns dias no verão de 2009″, explica, mostrando, uma vez mais, como umas simples férias se transformam numa oportunidade.

Até agora, a reacção do público tem sido “excelente” e Ricardo Cabral não se cansa de receber e-mails a felicitá-lo por ser o primeiro português a conseguir desenhar uma capa da reconhecida marca de cadernos e blocos. A edição assinada pelo português estará disponível para venda durante o mês de Setembro e a Moleskine fará um donativo à Assistência Médica Internacional (AMI), instituição sem fins lucrativos escolhida por Cabral.

Apesar de não estarem previstas, para já, mais colaborações com a Moleskine, a agenda do ilustrador licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa conta, num futuro próximo, com o lançamento de “uma capa para um disco de uma banda de Heavy Metal, um rótulo para uma garrafa de vinho e um sketchbook“.

Já para o próximo mês de Outubro está prevista a edição de um novo livro, que reúne bandas desenhadas que o ilustrador fez sobre cidades que visitou nos últimos dois anos, incluindo Barcelona, onde fez o desenho do caderno. “É um livro relativamente descontraído, feito sobretudo com os desenhos dos cadernos, feito à vista nos locais que visitei”, desvenda Ricardo Cabral.