Cinema, arte sonora, dança ou teatro. São estas as propostas para a 6.ª edição do TRAMA. Um festival que se articula em vários espaços públicos do Porto e que, “com cada edição, conhece cada vez melhor a cidade”, garante João Fernandes, director do Museu de Serralves.

Para Cristina Grande, programadora do certame, há uma “vontade de que o público conviva com a cidade, com os espaços e com os artistas ao longo do festival”. Desde Serralves ao Museu Militar, do Centro Português de Fotografia até mesmo ao Coreto da Cordoaria e ao Parque de Estacionamento Silo-Auto, são inúmeros os espaços da cidade Invicta que vão receber mais uma edição do TRAMA – Festival de Artes Performativas.

“Fim-de-semana cultural prolongado”

De 13 a 16 de Outubro, o carácter experimental do TRAMA mantém-se com actuações nacionais e internacionais. No primeiro dia, Robin Fox traz ao Ateneu Comercial do Porto um espectáculo de luz e de som. Rita Castro Neves, da Brr_Live Art, garante que “é uma peça com grande espectacularidade. O som faz despoletar o laser, mas o laser é que influencia o próprio som”.

Já a dupla que compõe o projecto “Radio 78” vai circular pelas ruas da cidade com uma grafonola portátil e com os discos de 78 rotações, “numa espécie de jam sessions”, diz Rita Castro Neves.

A estação de São Bento, bem no coração da cidade, recebe a instalação do australiano Lucas Abela. Uma pista de carros telecomandados constituída por discos em vinil, que estão a ser recolhidos junto dos futuros visitantes do festival.

Com a exibição de filmes de Reinaldo Ferreira, é “recuperada a memória histórica portuguesa através do Repórter X”, garante Cristina Grande. Uma recuperação feita pela artista plástica Susana Mendes que conta também com visitas guiadas pela cidade do Porto.

A Hit Parade, de Christof Migone, promete uma performance ruidosa. Segundo Cristina Grande, “é um protesto informativo”, com recurso a 10 microfones, que vai acontecer na Praça D. João I.

Paulo Mendes volta a recuperar a memória portuguesa através da performance “S de Saudade, restos de Colecção”, onde, segundo o autor, também é feita “uma reflexão crítica” de uma época história importante do país, o Estado Novo.

A pianista Andrea Neumann traz ao TRAMA 4 convidados. Diana Combo, uma das performers, diz que, para o espectáculo, “analisámos a linguagem corporal de cada um e produzimos sons para os nossos gestos”. Um espectáculo experimental e de improviso que vai ser exibido na Sala do Tribunal do Centro Português de Fotografia.

Para a 6.ª edição do TRAMA estão envolvidos 92 artistas, nacionais e internacionais. Ao todo são 37 projectos artísticos para quatro dias de arte performativa.