Entra-se no OPO’Lab – Oporto Laboratory of Architecture and Design e o primeiro pensamento vai direitinho para o espaço, imponente e improvável. É que da rua do Bolhão, no centro do Porto, não dá para adivinhar o que esconde o nr.º 153, para além do que parece ser a entrada de uma garagem.

O primeiro Fab Lab português – conceito gerado pelos norte-americanos do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e que se materializa num laboratório de criação digital – existe há três anos, ainda que só em 2010 se tenha tornado numa empresa. É a junção de vontades de quatro arquitectos do Porto: Luís Fernandes, Luís Sousa, José Pedro Sousa e João Barata Feyo.

“O OPO’Lab é a tecnologia ao dispor da comunidade. Aqui, qualquer pessoa, com mais ou menos conhecimento, mais ou menos espírito criativo, pode produzir qualquer peça, desde joalharia a mobiliário”, explica Luís Fernandes, 24 anos, apontando o espaço de co-working, para abrir em breve, e a parte dos eventos, cujo ponto alto anual é o Get Set Festival.

O jovem arquitecto – o mais novo da equipa e o único que se dedica a tempo inteiro ao projecto – conta que o OPO’Lab fornece serviços de produção digital em parceria com a FeyoDesign, com a qual partilha uma parte do ateliê. Máquinas industriais e moldes a três dimensões convivem com a enorme quantidade de branco que se destaca no laboratório.

A equipa já foi a Genebra leccionar um workshop, um tipo de actividade que costuma ter sucesso no meio criativo, garante Luís. “Apesar de, hoje em dia, por uma questão de preços, não estarmos na melhor altura para as pessoas investirem na sua própria formação, não é por isso que vamos deixar de apostar nestas actividades.”

Parceiros procuram-se

“Este é um projecto completamente independente, que procura parceiros”, afirma o jovem arquitecto, salientando o facto de o OPO’Lab “viver muito” do seu espaço.

“Queríamos colmatar o vazio que existia na cidade do Porto ao nível de um espaço multidisciplinar com esta dimensão, aberto à comunidade”, explica Luís. O propósito do laboratório, que tem “uma dinâmica e vida próprias”, é alcançado quando é “invadido por criativos de vários sectores”.

“Apesar de, no fundo, ser um projecto de quatro pessoas, é da cidade. E a cidade tem que abraçá-lo para o alavancar.”