Ao contrário dos clubes habituais, o Académico Futebol Clube (AFC) não treina os seus atletas com o objetivo de conseguir medalhas. Quem o diz é diretor do clube, que garante que a maior formação dada no Académico é a formação humana e cívica.

“O desporto é a melhor escola de vida”, pois ensina os atletas “a perder, a ganhar, a reconhecer as qualidades dos outros e a ter consciência” das suas capacidades, diz José Manuel Carvalho, que dirige o clube há mais de nove anos.

Para o presidente do Académico Futebol Clube, festejar um século de vida da associação “não é uma sorte, mas sim um orgulho”. José Manuel Carvalho viveu 60 anos ao serviço do clube que conhece como ninguém. Por isso mesmo, este é, para si, o momento “mais significativo” que viveu na instituição, sem prejuízo “de outros bons momentos”.

O AFC, criado por um grupo de estudantes, foi registando, ao longo do seu percurso, diversos progressos, conquistando 103 títulos nacionais. Quase todas as associações desportivas do Porto devem a sua existência ao clube portuense e os campos de futebol relvado foram também estreados por ele. Até aos anos 60, as pistas de ciclismo e atletismo que integram o Académico foram, inclusivé, as estruturas desportivas mais utilizadas do país.

O Académico Futebol Clube expandiu as suas modalidades e, atualmente, possui 16. Entre elas destaca-se o andebol, o basquetebol e o hóquei em patins.

José Manuel Carvalho conta que o único dissabor da presidência é a luta pelo património do clube, uma vez que este não possui quaisquer ajudas externas. “No dia em que não tivesse dinheiro para pagar aos funcionários renunciaria ao cargo”, garante.

O Académico Futebol Clube foi fundado em 15 de setembro de 1911, por estudantes da Universidade do Porto. Hélder Pacheco, historiador e autor de várias obras sobre a cidade do Porto, está encarregue de contar a história deste clube, com sede na rua de Costa Cabral.