A Praça da Batalha foi o palco escolhido para a manifestação na cidade do Porto, que juntou milhares de pessoas indignadas com a situação do país. À semelhança do que ocorreu em várias outras cidades do mundo, no Porto a “batalha” deu-se com o povo a sair a rua e a exigir novas medidas governativas.

Quem se juntou na Batalha, neste sábado, gritava “por um país mais justo”. Para muitos dos manifestantes, a presença, naquela que foi denominada manifestação dos “Indignados”, representa a procura por “uma justiça, uma sociedade mais justa e qualitativa”.

João Pedro Freire, um dos manifestantes, considera a situação que o país enfrenta “intolerável”. Para ele, o “caminho para outras alternativas tem de ser conquistado na rua”. Rosa Soares concorda, afirmando que estar presente naquele local simboliza a manifestação do seu descontentamento perante as medidas que o governo tomou.

José António também saiu à rua com o intuito de manifestar o seu desagrado perante um governo que ele próprio apelida como “cobrador de impostos”. Para António, esta manifestação é o reflexo da “democracia que está na rua”, uma “indignação, não só a nível nacional, como mundial, contra a classe política”.

Logo no início do protesto, a organização apelou à calma e, de seguida, abriu o microfone a todos os manifestantes que queriam dar o seu testemunho. Foram várias as pessoas que aproveitaram a oportunidade, partilhando todas o mesmo discurso. “Já não estamos indignados, estamos revoltados”, ouviu-se, num protesto que consideraram ser “o começo para que a política de destruição não tenha seguimento”.

“Sai do passeio, vem para o nosso meio”

Após aos testemunhos, a marcha continuou pela Rua Passos Manuel até à Praça de D. João I, onde foi perceptível o insistente convite por parte daqueles que seguiam marcha pela rua, a todos os que se encontravam parados a ver a manifestação passar. “Sai do passeio, vem para o nosso meio” foi grito de ordem.

Foram milhares as pessoas a gritar “O povo unido jamais será vencido” ou a exprimir a vontade de ver o FMI fora de Portugal.

As comparações com a manifestação de 12 de março, da chamada “Geração à Rasca”, também não ficaram de fora. Para muitos, quer a primeira quer a manifestação de sábado são momentos de “protesto e de indignação”. No entanto, diferem no facto de a de 12 de março representar o fim do ciclo de uma governação e esta o começo de um novo.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) e os elementos da organização do protesto mantiveram-se sempre em contacto ao longo da manifestação, sem que as forças de segurança tivessem de intervir.

No final, ficou a promessa de que a vontade do povo em sair a rua como forma de demonstrar o desagrado perante as políticas governativas do país não termina com a manifestação dos “Indignados”: “Nós não estamos sozinhos e nós não podemos ficar por aqui”.