O presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Rio, assinalou ontem, domingo, a passagem de uma década à frente dos destinos da cidade. Dez anos volvidos desde a tomada de posse em 2002, Rui Rio já deixou a sua marca no Porto.

Uma das primeiras batalhas de Rui Rio surgiu com o Plano Pormenor da Antas, que acabou por gerar animosidade com o Futebol Clube do Porto. Seguir-se-ia a contestação à implementação do El Cort Inglès na Boavista, decisão que acabaria por fazer com que o projeto se mudasse para Vila Nova de Gaia, onde foi construído o “shopping” da empresa espanhola.

Com a criação da “Porto Vivo”, o autarca apostou na reabilitação urbana, conseguindo importantes passos em algumas ruas da cidade (como é o caso da Praça Carlos Alberto, já requalificada) e terminando o trabalho inacabado da Porto 2001 – Capital da Cultura.

Rui Rio trouxe consigo, igualmente, o retorno das Corridas da Boavista, retorno esse que foi criticado, mas que o autarca sempre defendeu como uma aposta na dinamização da cidade. A cultura portuense ressentiu-se, no entanto, de outras formas. Rui Rio, acusam muitos dos atores culturais da cidade, não apostou o suficiente na cultura, entregando diversos projetos a iniciativas privadas (como foi o caso do Rivoli que, durante alguns anos, esteve nas “mãos” de La Feria).

Durante esta década, Rui Rio foi, inclusivé, diversas vezes constituído arguido e processado devido a projetos e decisões que defendeu com “unhas e dentes” (como, por exemplo, o desrespeito ao embargo do Túnel de Ceuta).

No final, e apesar de todas as críticas, Rui Rio acabou por ser reeleito por duas vezes, sempre com maioria absoluta. Como estandarte da sua campanha, deixava sempre a ideia de que era possível governar sem esbanjar dinheiro.

Projetos até 2013

Uma década já passou, mas Rui Rio continua como presidente da CMP até 2013. Antes de sair da presidência da cidade, o autarca quer implodir as quatro torres que restam no bairro do Aleixo e requalificar o Pavilhão Rosa Mota, bem como o Mercado do Bolhão. Para os jardins do Palácio de Cristal, Rui Rio pretende, ainda, a criação de um centro de congressos.

Rui Rio quer, também, privatizar parcialmente a empresa Águas do Porto, bem como vender o Silo-Auto, medidas que podem vir a fornecer à autarquia receitas adicionais. Para já, as principais incógnitas residem na finalização da requalificação da Praça de Lisboa, bem como as medidas que o autarca deverá tomar para controlar a “movida” da Baixa.