Nasceu em 1923 na freguesia da Vitória, no Porto, e era considerado o “pai da arte abstrata em Portugal”. Aos 88 anos, Fernando Resende da Silva Magalhães Lanhas morreu este domingo, de acordo com o “Jornal de Notícias”.

Fernando Lanhas estudou Arquitetura na Escola de Belas Artes do Porto e terminou o curso com classificação de 19 valores. Esteve à frente do Grupo de Estudantes de Belas Artes e conviveu de perto com Nadir Afonso e Júlio Pomar.

Inicialmente, o portuense começou por se dedicar a quadros figurativos, mas rapidamente se transformaram em pinturas abstratas, facto que lhe vale o epíteto de “pai da arte abstrata em Portugal”. A sua primeira pintura abstrata, “02-43-44 (O Violino)” foi exposta em 1945.

Além da arquitetura e da pintura, Fernando Lanhas nutria interesses pela astronomia e arqueologia, tendo estado envolvido em projetos no Museu Militar do Porto e no Museu de Mineralogia da Faculdade de Ciências do Porto, entre outros

Homem de variados interesses, foi poeta, desenhador, coleccionador, arqueólogo amador, realizando o “Inventário dos Lugares com Interesse Arqueológico”, que começou a ser publicado em 1965. Nas suas pesquisas, dedicava especial atenção ao património arqueológico do Norte.

O Prédio de Rendimento (Porto, 1957), o Pavilhão de Exposições de Matosinhos (1964), o Museu Monográfico de Conímbriga (1982) e o Centro de Arte e Cultura de S. Pedro de Bairro (Famalicão, 1986) têm a sua assinatura.

Em 2005 recebeu o grau de Doutor Honoris Causa pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

O corpo de Fernando Lanhas encontra-se na capela do Foco e o funeral realiza-se esta segunda-feira, no Porto.