Está dada a partida para a 32.ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto. Apesar do início oficial ser apenas na próxima sexta-feira, dia 24, com a antestreia de “Shame“, começou esta segunda-feira a fase de pré-abertura. Será neste período que se realizará o fórum “O Futuro Agora”, com o levantamento de múltiplas visões acerca do futuro na Arte e nas Ciências.

Os diretores do Fantas, Beatriz Pacheco Pereira, Mário Dorminsky e António Reis, e Helder Crespo, docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), marcaram presença na conferência de pré-abertura, onde falaram da programação deste ano, das dificuldades e do futuro do Fantasporto.

Mais tarde, o Rivoli viu inaugurada a escultura “O Dragão“, do artista plástico Aureliano, presenteado por Pacheco Pereira. A partir das 21h15, começou a maratona cinematográfica das obras mais conhecidas de Edward D. Wood.

Para Dorminksy, este Fantas terá, à semelhança de edições anteriores, “nomes para serem descobertos”, pois são eventos como o festival que permitem descobrir grandes cineastas que ainda não entraram no “circuito comercial”. Fala também num melhoramento face às edições anteriores, com a criação do prémio de Cinema Português, para filmes inéditos a concurso, e um outro relativo a uma competição entre seis escolas de cinema portuguesas.

Quanto ao orçamento do festival, Dorminsky apenas adianta que é cerca de metade do do ano passado. Tal financiamento foi garantido com parcerias a custo zero ou baixo custo e o número de apoios tem diminuído. Dorminsky avisa que, no próximo ano, a organização não sabe se conseguirá realizar um Fantasporto com as mesmas características. Ao JPN, o diretor diz que, após 32 anos, espera que o festival continue.

O pior realizador de sempre abre as sessões do grande auditório

Ed Wood (1924-1978) foi um produtor e diretor norte-americano de filmes de terror, ficção científica e eróticos. Os seus trabalhos destacaram-se pela inventividade frente aos limitados recursos técnicos e orçamentais de que dispunha, sendo considerado por muitos críticos “o pior realizador de todos os tempos”. Apesar das críticas, os seus filmes criaram um espírito humorístico e de culto.

O grande auditório do Rivoli estava longe de estar cheio quando surgiu no ecrã “Bride of the Monster“, um dos filmes de Ed Wood e o primeiro da maratona dessa noite. Seguiram-se “Glen or Glenda” e “Plan 9 from outer space“.

Apesar de se enquadrar no género de terror, “A Noiva do Monstro” foi encarado pelos espectadores do Fantasporto com tudo menos horror. Pelo contrário, os maus efeitos e atuações levaram os presentes no auditório a sonoras gargalhadas. No final, cumpriu-se a frase que caracteriza o trabalho de Wood – “Tão mau que é bom” -, quando emergiu um grande aplauso, pela maioria da audiência, no momento em que surgiram os créditos finais.