Há quase dois meses surgiu o Hit Space, um hackerspace criado por um grupo de quatro pessoas, em quatro dias. Fábio Oliveira foi quem teve a ideia e João Amaral, Luís Leite e Miguel Silva logo o apoiaram. “Nós conhecemo-nos no Start-up Meetup, no Porto. No dia seguinte, o Fábio falou-me desta questão. Ele queria criar um grupo e, como não era possível alugar um espaço, viemos para o meu escritório“, na rua do Cunha, explicou João Amaral ao JPN.

O Hit Space procura dar ao Porto um local onde as pessoas se reúnam em torno de ideias, não por dinheiro mas, segundo Amaral, por paixão. O fio condutor passa pela partilha de algo, seja conhecimentos, trabalho ou mesmo vontade.

“Qualquer pessoa chega cá com uma ideia e nós incentivá-mo-la a trabalhar essa mesma ideia”, garante o jovem empreendedor para quem existe uma grande energia, por parte dos portuenses, em produzir e desenvolver ideias. Quanto aos projetos em si, estes passam pela eletrónica e programação. mas as portas estão abertas à multimédia e, também, ao design.

João Amaral foi surpreendido pelo facto de os membros do Hit Space serem, predominantemente, jovens que ou frequentam o ensino secundário ou já o terminaram. Esta surpresa tem o seu lado negativo: apercebeu-se de que muitos dos licenciados têm uma “mentalidade muito virada para o mercado de trabalho, onde a disposição para o risco é menor”.

Mais do que a indisponibilidade, aquilo que choca Amaral é escutar das pessoas o desagrado para com aquilo que fazem. “Dizem que adoravam trabalhar numa start-up, mas que não o fazem por ter de ganhar o seu ordenado ao final de cada mês”, explica, salientando que são pessoas com um “potencial fantástico”.