Depois de uma primeira noite tranquila, eis que São Pedro decide assustar todos os festivaleiros. Felizmente, não passou disso mesmo: apesar do dia cinzento e chuvoso, a noite mostrou-se mais simpática e permitiu que todos percorressem as ruas do coração da cidade sem o guarda-chuva.

Para o segundo dia do Mexefest, começamos com o concerto dos portugueses Norton. Faltavam poucos minutos para as 20h30 quando subimos a escadaria imponente do Ateneu Comercial do Porto e deparámo-nos com uma sala cheia, de pé e a vibrar com o pop contagiante da banda de Castelo Branco. Felizes por estarem no Porto, admitem que se sentem bem na Invicta e que, com toda a certeza, o Ateneu Comercial é “uma das melhores salas onde já tocámos”. Não é difícil perceber porquê: os tons vermelhos misturam-se com a talha dourada e conquistam quem por lá passa. Depois do single “Two Points”, rumámos até à Garagem Vodafone FM.

Uns metros mais acima, os Farra Fanfarra animam quem passa por Santa Catarina com os seus fatos verdes e com os sons alegres e contagiantes. Quando os barcelenses Glockenwise subiram ao palco, ainda o público estava, a medo, a “chegar-se à frente”. Mas “Stay Irresponsible” chegou com toda a energia a que a banda já nos habituou. Parados há seis meses, os Glockenwise mostraram que não perderam o encanto natural para destilarem energia dentro e fora do palco. Uma descarga de guitarradas que levou o público ao rubro e nos prendeu na Garagem Vodafone mais tempo do esperávamos.

Quando olhámos para o relógio, tivemos de optar: Josh Rouse ou Dillon. E porque estávamos convictos de que passaríamos os olhos pelo “cantautor” americano, lá fomos até ao Teatro Sá da Bandeira. Josh Rouse recebeu-nos com o novo álbum e levou-nos à suas “Long Vacations”. Com sala cheia, o americano vindo do Tenessee não se esqueceu dos temas que o fizeram famoso e fez vibrar tudo e todos com o melodioso “Love Vibration”.

Sem muito tempo, começámos a subir a rua Passos Manuel e percebemos que o Ateneu Comercial do Porto encheu para receber o indie rock de Fink. Continuámos o nosso caminho e já só pensámos en chegar à Garagem Vodafone. Motivo: o rock’n’roll de Hanni El Khatib. Assim que a guitarra começa a fazer tremer os festivaleiros, percebemos que não há tempo para pausas, conversas ou distrações. Rendidos, ficámos a assistir a um dos momentos mais intensos do Mexefest.

O relógio não pára e chega a altura de rumarmos ao Coliseu do Porto. A sala encheu para receber Twin Shadow e o seu cabelo extravagante. Ao longo de uma hora, a alegria e a energia de George Lewis Jr. não deixaram ninguém indiferente. Com direito a coros e coreografias, o público entregou-se tanto (ou ainda mais) como o músico, que agradeceu o carinho e hospitalidade portugueses. Um dos grandes concertos da noite e de todo o festival que, tão cedo, não sai da memória de quem lá esteve.

O Mexefest continuou a animar os festivaleiros até de manhã nesta que foi a primeira edição nortenha do novo festival de inverno do país. Depois de duas noites intensas, é hora de descansar e de dizer: até para o ano Mexefest. O Porto cá te espera.