“Se a sua casa estivesse em chamas, o que levaria consigo?”. É esta a questão que o site “The Burning House” coloca aos utilizadores. Tal como afirmado na apresentação do site, é um “conflito entre o que é prático, valioso e sentimental”. A resposta é dada através de uma única fotografia, que os participantes tiram aos objetos que levariam consigo se a casa estivesse a arder.

Site ajuda a Cruz Vermelha Americana

O site tem ligação direta ao Twitter e ao Facebook, onde conta já com 6.904 gostos. A cidade mais popular nas estatísticas é Paris e a faixa etária é entre os 25 e os 34 anos. Além disso, tem uma opção para fazer donativos para a Cruz Vermelha Americana que ajuda pessoas afetadas por desastres.

A maioria dos utilizadores estão ligados à fotografia e às artes. Porém, os objetos alvo de fotografias são variados. Se há muitos que levam elementos mais pessoais, como peluches de infância ou vestuário, outros mostram-se inseparáveis da família, dos animais de estimação, de instrumentos musicais ou da área tecnológica, como computadores, leitores de música ou telemóveis. Ainda assim, há quem prefira fotografar outro tipo de prioridades.

“Ao participar neste projeto estamos a dedicar algum tempo a nós próprios”

Edna Loureiro é uma das poucas portuguesas que participou no projeto. Considera-o “bem conseguido” e afirma que, apesar de poder ser considerado “inútil”, é “interessante ver o que cada pessoa levaria, ver que a profissão influencia as decisões”. “É bom poder conhecer as pessoas que nunca iremos ver ou encontrar na vida real, através de uma única fotografia”, entende.

A jovem de 20 anos conheceu a plataforma num blogue, enquanto procurava inspirações fotográficas e acha que a pergunta é uma forma de as pessoas se testarem. “Dei por mim, no meu quarto a organizar as coisas que eram mais importantes e acabei por submeter quando me pareceu que estava uma parte enorme de mim bem explícita naquela fotografia”, diz.

Para a estudante de Viseu, quando se partilha, com estranhos, os “objetos que nos são tão queridos”, “esses objetos passam a não ser apenas nossos”, mas também daqueles “que querem responder àquela questão difícil”, conclui. “Ao participar neste projeto, estamos a dedicar algum tempo a nós próprios”, acredita.

No entanto, parece que em Portugal a moda ainda não pegou. “Infelizmente a maior parte das pessoas que formam o meu círculo de amigos não partilham da mesma paixão pela fotografia, pela pesquisa e pelo participar em diversos projetos”, lamenta.