Num mundo cada vez mais multicultural, são muitos os estudantes que optam por aprender ou desenvolver idiomas estrangeiros. Para estes casos, fazer o curso no país onde a língua é falada pode ser a melhor opção.

São muitas as empresas que dão oportunidade aos portugueses de desenvolver capacidades noutro idioma, ao mesmo tempo que alargam os seus horizontes culturais. Estes programas são muito variados: desde iniciação para jovens com menos de 18 anos até cursos de preparação para a colocação de uma universidade estrangeira, é grande o leque grande de opções para quem quer explorar esta oportunidade.

António Valadas, diretor da Multiway, uma organização que promove programas no estrangeiro, diz que os jovens que embarcam nestas experiências voltam com muito mais do que um maior conhecimento da língua. “Os alunos desenvolvem a criatividade, que depois podem aplicar no próprio país”, diz.

Nem mesmo a crise, diz António Valadas, tem demovido os jovens de frequentar estes cursos. Pelo contrário: nunca houve uma adesão tão grande como agora. “É normal que haja uma quebra nos cursos até aos 18 anos, mas tem aumentado o número de participantes nos cursos de adultos”. Estes participantes são, sobretudo, “jovens desencantados, que procuram enriquecer o currículo e desenvolver capacidades”.

Já Sofia Foreman, coordenadora pedagógica da Bristol School da Maia, realça a imersão noutra cultura como uma grande mais valia. “Muitos dos nossos estudantes que fazem cursos em Inglaterra ficam a morar com uma família local, o que lhes permite viver outras vivências e outros hábitos”, explica. Também a crise, aqui, não tem prejudicado o negócio. “As pessoas sabem que este é um investimento com retorno”, afirma Sofia Foreman.

Isabel Santos, da EF (Education First), uma escola de línguas internacional, reafirma que a crise financeira tem até ajudado o negócio. “A crise não se sente nas receitas, já que o ano passado tivemos mais lucro do que em anos anteriores. A crise nota-se porque temos cada vez mais adultos que vêm nestes cursos uma oportunidade de emigrar”.

O sucesso dessas tentativas no estrangeiro, diz Isabel Santos, não é para já mensurável, já que este é “um fenómeno recente, com pouco mais de um ano”. Mas a escola não se limita à aprendizagem das línguas. “Temos cursos para jovens com muitas atividades. Os pais procuram dar alguma formação e fluência aos filhos, mas os alunos vão mais para se divertir”.

Rui Quintino foi um dos jovens que decidiu abraçar o desafio. Aluno da Bristol School da Maia, realizou dois cursos de verão: um em Washington D.C., nos Estados Unidos, e outro em Birmingham, no Reino Unido. A experiência não podia ter sido mais satisfatória. “O curso foi proposto pela diretora. Achei que era uma aventura e decidir ir”, conta. Uma experiência que foi muito além de ter desenvolvido o inglês. “Conheci sítios novos, pessoas novas, outra cultura”, diz Rui Quintino, antes de afirmar sem hesitações: “Recomendo definitivamente a experiência.”

Seja qual for a motivação, parecem não restar dúvidas de que aprender uma idioma estrangeiro no seu próprio contexto cultural é a melhor opção para quem gosta de viajar e procura desenvolver as suas capacidades linguísticas.