Agora é mais fácil encontrar alojamento em Portugal para os alunos estrangeiros. Miguel Santo Amaro, um dos fundadores da Uniplaces.com, explica que, “através de uma plataforma de alojamento universitário”, o projeto fornece “um serviço simples e de qualidade a todos os estudantes e docentes do ensino superior no que respeita à procura de imóveis”.

O jovem português conheceu os atuais sócios, Mariano Kostelec e Ben Grech, enquanto estudava em Londres. No final do verão de 2011, os três decidiram mudar-se para Portugal, explica Miguel, porque, “enquanto empreendedores”, encontraram na “famosa crise” um “bom pretexto para tentar pensar diferente”.

Já em solo português, os três amigos depararam-se com a dificuldade de arrendar casas a preços baixos. Foi com surpresa que receberam a informação de que “a melhor forma de encontrar anúncios e boas casas para alugar era nos postes e troncos das árvores das faculdades”. Com efeito, o jovem soube que as associações de estudantes tinham uma enorme dificuldade em atualizar e gerir as informações acerca dos alojamentos, pelo que surgiu a ideia de “criar uma empresa que [lhes] retirasse essa carga enorme de trabalho”, centralizando “toda a informação relativa ao arrendamento universitário numa plataforma virtual”.

A Uniplaces conta com mais de vinte protocolos com instituições de ensino superior. Miguel Santo Amaro diz, ao JPN, que, muito recentemente, estabeleceram “parcerias com mais associações de estudantes e académicas”, incluindo com a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (AEFCUP). Também no Reino Unido finalizam-se as primeiras parcerias.

A Associação de Estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (AEICBAS) da UP juntou-se à Uniplaces no início de fevereiro. Uma das responsáveis pelo departamento de apoio ao estudante da AEICBAS, Eliana Tavares, diz que decidiram assinar o protocolo porque era “difícil gerir a parte de classificados”. A responsável afirma que, inicialmente, os estudantes ficavam reticentes mas, quando lhes era explicado que “não tinham que pagar nada”, começaram a aderir. Eliana Tavares acredita que o número de anúncios vai aumentar e, assim, “tornar a plataforma mais universal, única, de modo a facilitar a procura”.

Em abril, o projeto começa a operar no Chile

A funcionar há cerca de quatro meses, o projeto está a revelar-se um verdadeiro sucesso. Embora tenha nascido como um projeto “de garagem”, já venceu o concurso StartUp Pirates, no Porto, e, mais recentemente, o StartUp Weekend Lisboa e o StartUp Chile, para onde vão expandir o negócio a partir de abril. Com vista à expansão internacional, alargar a plataforma por toda a América Latina é uma possibilidade que os fundadores da Uniplaces ambicionam explorar enquanto operarem em território chileno.

Por isso, Miguel Santo Amaro garante que Portugal “foi uma escolha fantástica” e apresenta “um solo próspero para empreendedores lançarem novos negócios ambiciosos e globais”.Em comunicado, a equipa da Uniplaces mostra-se otimista com o futuro do país, pois este “tem os ingredientes certos para o sucesso e os problemas que enfrenta são solucionáveis”. “Além disso, o movimento de start-ups será uma parte cada vez mais importante no futuro da economia em Portugal”, dizem.