Polychronis Papaderos, investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), utilizou o telescópio Hubble para visionar a galáxia anã que estuda em particular, a I Z w18. Na sua investigação, Papaderos chegou à conclusão que a mesma pode levar à modificação dos modelos atuais das galáxias. A I Z w18 é umas das galáxias mais estudadas pelos astrofísicos, pois encontra-se muito próxima da Terra.

A potência do telescópio Hubble permitiu ter resolução suficiente para observar certos detalhes e o que se descobriu com esta investigação “é que quase metade do brilho proveniente desta galáxia pode não ser de estrelas mesmo, mas sim das nebulosas que existem entre as estrelas e à volta da galáxia”, explica Ricardo Reis, do Núcleo de Divulgação do CAUP.

Através desta descoberta é possível fazer um paralelo entre as galáxias mais próximas da Terra e as que foram observadas quase no início do universo. Uma vez que o brilho das galáxias não tem origem só em estrelas mas também em nuvens de gás, “essas galáxia são menos evoluídas do que aquilo que se pensava, o que significa que a sua evolução é diferente”, afirma o membro do CAUP.

Devido às conclusões tiradas desta investigação, vai ser necessário rever os mapas construídos desde as galáxias mais distantes e antigas até hoje, pois o tempo que elas demoram a evoluir a a forma como evoluem pode estar errado.

O objetivo é continuar com a investigação e, segundo Ricardo Reis, é preciso “agarrar no trabalho que já tinha sido feito para a evolução de galáxias e tentar ver se realmente, com estes novos dados, se chegam às mesmas conclusões”. “O mais provável é não chegar”, diz.