“É um projeto muito interessante, sobretudo num momento muito complicado para o jornalismo”, explica Fernando Zamith, orientador do fórum do projeto no Porto. Adelino Gomes, organizador da iniciativa, acrescenta que “a ideia é ir pelo país ouvir jornalistas, académicos e cidadãos e perceber para que serve o jornalismo e que caminhos deve seguir”.

O Projeto Jornalismo e Sociedade surge numa altura em que “muita gente se questiona como vai ser com a imprensa em declínio, a Internet com dificuldades em encontrar um modelo de negócio, a rádio estagnada e a televisão com muitas interrogações sobre a sua evolução”, refere Zamith.

Dez elementos do jornalismo em discussão

Inspirado no Pew Project for the Excellence in Journalism e nos nove elementos do jornalismo, a que posteriormente foi acrescentado um décimo, apresentados pelos norte-americanos Tom Rosenstiel e Bill Kovach no final do século XX, o projeto português “pretende saber o que deve ser mantido como fundamental para definir jornalismo”, esclarece Fernando Zamith.

Adelino Gomes concretiza que é necessário “determinar em que medida os princípios se aplicam, se é preciso alterá-los, como alterá-los ou quais eliminar”.

Mais de dez anos depois, a validade de critérios como: verdade, lealdade para com os cidadãos, verificação e independência vai ser debatida pelo Projeto Jornalismo e Sociedade.

Estimulando a participação do público, em cada fórum vai ser pedido à assistência que proponha os elementos jornalísticos que considera relevantes. Dessa compilação vai resultar uma carta dos novos elementos do jornalismo. “Mas não queremos fazer história”, sublinha Adelino Gomes. “Queremos antes acompanhar o ritmo vertiginoso da mudança. Se a carta durasse cinco ou seis anos já não era nada mau, mas não é essa a prioridade do projeto”.

Fóruns por todo o país

O primeiro forúm realiza-se em Coimbra, hoje, 13 de março, no auditório da Reitoria da Universidade, pelas 14h00. Quanto à adesão ao projeto, Adelino Gomes está “com muita expectativa e algum nervosismo”, embora “esteja convencido de que vai correr bem, porque não vão apresentar um trabalho, mas apelar a reflexão, acreditando na inteligência coletiva”.

Até setembro, as universidades e institutos politécnicos de Covilhã (15/3), Braga, Porto (3/5), Lisboa (21/3), Portalegre e Algarve também vão ser palco dos restantes debates sobre “O futuro do jornalismo” organizados pelo PJS com vista a aproximar a comunicação social da sociedade, ainda que nem todas as datas estejam confirmadas.

Notícia atualizada às 13h13 de 13 de março de 2012