Carlos Tavares, investigador do Centro de Física da Universidade do Minho (UM), é o responsável por uma tecnologia que “permite a libertação controlada de vapores, sejam eles um inseticida, um repelente ou uma fragrância”. O material, que começou a ser investigado em 2009, tem várias aplicações, nomeadamente em “países do terceiro mundo e zonas remotas”, uma vez que se pode “colocar num vidro, numa tenda ou noutro material qualquer da estrutura onde as pessoas possam estar”, como explica, ao JPN, Carlos Tavares.

Além disso, a utilização nas casas das pessoas também é possível já que, como afirma o investigador, o material “pode ser usado para melhorar a qualidade do ar” e, para isso, pode ser “colocado em cortinas”, onde liberta as fragrâncias. O vapor libertado pode ser, por exemplo, um inseticida ou uma fragrância no caso de ser uma casa de fumadores, para remover o cheiro.

O material “envolve nanotecnologia e microtecnologia” e é formado por dois componentes, como explica o responsável pela investigação. A cápsula é onde se “coloca o material que se pretende libertar” e existem ainda “nano partículas para que a libertação seja controlada”, uma vez que “vão absorver a luz solar e, a partir daí, vão desencadear mecanismos” para “libertar o que está no interior [da cápsula]”.

O projeto, apesar de ainda estar no início, “já tem muito trabalho feito”, afirma Carlos Tavares. Ainda assim, o investigador acrescenta que ainda têm várias etapas a cumprir, como “a síntese e a otimização de vários materiais” e a “escolha do produto” que vai ser libertado. A ideia já está patenteada e, segundo Carlos Tavares, já “existe um parceiro neste projeto”, a Micropólis, “uma empresa que produz cápsulas para têxteis, uma das formas de aplicação desta tecnologia”.

O investigador revela, ainda, que a ideia para esta investigação surgiu quando “estava a ouvir uma palestra sobre aromas” e se lembrou de “usar esta tecnologia para libertar uma fragrância”.