Catarina Albuquerque, licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa, é a primeira relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Água e Saneamento, cargo que ocupa desde novembro de 2008. Foi através do trabalho efetuado no âmbito desta função que escreveu “On the Right Trace: good practices in realising the rights to water and sanitation”.

A obra, apoiada pela Entidade Reguladora da Água e Saneamento (ERSAR), foi redigida no âmbito de uma iniciativa internacional para identificar boas práticas de implementação do direito humano à água e ao saneamento básico.

Em declarações à agência Lusa, Catarina Albuquerque declarou que “é possível realizar este direito desde que haja vontade política”. Nas experiências que observou à volta do mundo, tanto em países desenvolvidos como a Finlândia, como em países com dificuldades económicas graves, concluiu que “há soluções pequenas, de baixo custo”.

A relatora das Nações Unidas disse ainda à Lusa ser necessário “ampliar e multiplicar este tipo de práticas para que o mundo se transforme e para que deixe de ser um lugar onde metade da população não tem ainda acesso à água e a saneamentos dignos, de qualidade, e em que mil milhões de pessoas praticam as suas necessidades a céu aberto.”

Fórum Mundial da Água

Esta 6.ª edição do Fórum Mundial da Água reúne dirigentes governamentais, ministros do ambiente, associações e organizações não-governamentais, focados nos problemas que afetam os recursos hídricos, que tanto têm sido ameaçados com as mudanças climáticas e problemas ambientais.

Esta terça-feira, 13 de março, um conjunto de 80 países comprometeu-se a acelerar o acesso ao saneamento e à água potável, no combate à crise da água, que ainda afeta muitos países.

Tendo em conta a falta de participação civil neste fórum, um grupo de ativistas e militantes começam reúnem-se desde quarta-feira, num Fórum Alternativo da Água, no centro da cidade de Marselha. O fórum oficial é organizado pelo Conselho Mundial da Água.