São oito as esquadras portuenses em risco de serem encerradas em breve por terem “baixa produtividade”. A lista final das esquadras a fechar ainda não foi divulgada pelo ministério da Administração Interna (MAI), mas já se sabe quais são os postos policiais cujo encerramento está a ser ponderado. No Porto, são oito em equação: as esquadras do Paraíso, da Boavista, da Areosa, de Leça da Palmeira, de Senhora de Hora, de Vilar de Andorinho, de São de João de Deus e do Lagarteiro. Há ainda onze esquadras em Lisboa em risco de serem encerradas.

Juvenal Peneda, secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, confirmou à agência Lusa que o fecho efetivo de algumas esquadras está a ser negociado com as câmaras municipais. “Temos esquadras de atendimento com uma produtividade muito baixa. Algumas delas recebem 0,8 queixas por dia e o facto de estarem abertas significa que há elementos policiais que estão lá dentro à espera que alguém vá apresentar uma queixa”, justifica Juvenal Peneda.

“Há dias em que não justifica nada estar aqui”

A esquadra do Lagarteiro foi criada por iniciativa de Fernando Gomes, então presidente da Câmara Municipal do Porto, para acabar com a constante insegurança da zona, palco de problemas sociais vários. Agora, a possibilidade de encerramento do posto de polícia está a causar muita polémica na bairro.

Em novembro de 2011, já confrontados com o fecho da 5.ª esquadra PSP/Porto, os moradores mostraram o seu descontentamento através de uma manifestação e de um abaixo-assinado com algumas centenas de assinaturas. Uma fonte da esquadra local reconhece que “a população está insatisfeita” por este se tratar de “um bairro muito problemático, com vários conflitos étnicos que chegam a vias de facto”, mas escusa-se a comentar o eventual encerramento antes do anúncio da decisão.

Juvenal Peneda defende que a reorganização dos postos de polícia será “muito ligeira” e não afetará “o sentimento de segurança das populações”, acrescentando que “há formas mais úteis de ocupar os elementos que estão nessas esquadras”. “A libertação dos efectivos vai permitir ter mais policias a policiar a zona onde essa esquadra de atendimento está localizada”.

A esquadra da PSP de Leça da Palmeira diz estar a encarar o encerramento com “normalidade” e diz compreender a situação. “Já se fala há muito do possível encerramento do posto. Há dias em que não justifica nada estar aqui. O atendimento policial estar mais concentrado em Matosinhos pode ser positivo”, afirmou uma fonte da esquadra de Leça da Palmeira. “Acho que é unânime que já estávamos todos à espera deste desfecho”, conclui.

O JPN contactou as restantes esquadras portuenses em risco de fechar, mas estas recusaram-se a comentar a situação antes do desfecho do processo de encerramento.