Depois de ter saído à rua, em janeiro deste ano, com a “Manifestação dos Indignados”, a Plataforma 15 de Outubro volta a convocar uma reivindicação para o dia 22 de março, em Lisboa. Ao coincidir com a greve geral, convocada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), o grupo acredita que “uma greve geral só pode sair fortalecida com a realização de uma manifestação a nível nacional”.

Gonçalo Fonseca, do departamento de comunicação da Plataforma 15 de Outubro, acredita que “a situação que o país atravessa é a razão de ser de todas as manifestações” e que “cada manifestação é ainda mais urgente que a anterior”. Fonseca admite que o desemprego, que “alcançou níveis nunca antes atingidos”, “o emprego precário” e o desemprego jovem são algumas das principais motivações para a plataforma organizar a manifestação do dia 22. “Todos devemos estar interessados nesta luta, pois todos experimentamos situações de precariedade laboral e desemprego ou pensões que não dão para sobreviver”, refere.

O mote para a manifestação é o fim da “política ‘austeritária’, a manutenção do estado social – saúde, educação, transportes e cultura de qualidade ao alcance de todos e emprego de qualidade para todos”, afirmam os responsáveis do grupo, para quem a manifestação serve para mostrar ao governo que os portugueses estão descontentes com as medidas impostas.

Gonçalo Fonseca acredita que aplicar as “mesmas medidas de austeridade impostas na Grécia” em Portugal só poderá “levar aos mesmos resultados trágicos: desemprego, recessão e pobreza”. Gonçalo Fonseca está ciente de que o futuro do país “será bastante certo, se o governo insistir nestas políticas de austeridade”.

Gonçalo Fonseca admite que é difícil elaborar uma estimativa de quantas pessoas vão aderir ao evento, mas afirma que têm sido “sempre surpreendidos pela positiva”. Garante, no entanto, que a plataforma apelou à participação de todos, desde os “desempregados, precários, trabalhadores com vínculos, pensionistas, estudantes” até aos demais “atingidos direta ou indiretamente” pelas políticas governamentais.

Descontentes com a situação dos portugueses, a Plataforma 15 de Outubro admite sentir-se a “voz da população”, procurando dar corpo às suas reivindicações. “Mais do que uma democracia representativa, almejamos uma democracia participativa”, afirma Gonçalo Fonseca. Para tal, e durante a manifestação, a plataforma vai realizar uma “uma assembleia popular”, “onde toda a gente poderá ter voz”.

Desta vez, apenas Lisboa receberá, oficialmente, uma manifestação, que se vai iniciar no Rossio às 16h00, com destino a São Bento. “Infelizmente, a plataforma não tem dimensão suficiente para organizar esta manifestação a nível nacional, como gostaria”, remata. No entanto, Braga vai ter direito a uma pequena manifestação independentes, que terá lugar às 15h00, na Avenida Central.