Apesar de cada vez menos países usarem a pena de morte como castigo último na condenação penal, o número de condenações e de executados continua a preocupar a Amnistia Internacional (AI). Em 2011, o número de países que aplicaram a pena de morte desceu um terço, com apenas 10% dos países do mundo (20) a recorrem à sanção.

De um total de 18.750 pessoas condenadas, foram 676 as pessoas executadas através de decapitação, enforcamento, injeção letal e fuzilamento. Já entre os crimes que dão direito à mais severa das penas constam o adultério, a sodomia, a blasfémia, feitiçaria, droga e tráfico de órgãos humanos. Na China, 13 crimes deixaram de ser considerados puníveis com pena de morte, o que a AI considerou positivo.

O Médio Oriente é o caso mais problemático a nível mundial. O aumento de execuções foi generalizado, com as de 2011 a representarem um aumento de quase 50% face a 2010. A Arábia Saudita, o Iémen, o Iraque e o Irão foram os países que mais contribuíram no acréscimo do número, representando um total de 99% das condenações do Médio Oriente.

O Irão reporta a um dos casos mais preocupantes, uma vez que as 306 execuções representam quase metade das execuções em todo o mundo. A Amnistia receia que os números sejam ainda maiores, frutos de relatos não oficiais. Em 2011, três pessoas com menos de 18 anos foram executadas, contrariando a lei internacional.

Já na China, os números oficiais não são revelados por serem considerados segredo de Estado. Não há, portanto, qualquer fiscalização, mas pensa-se que possam ser valores superiores ao valor total registado em todo o mundo.

Os Estados Unidos foram o único país da América e do G8 que executou condenados em 2011 (43 pessoas). Destaque para o Japão, também pertencente ao G8, que pela primeira vez em 19 anos não executou ninguém. A Europa não registou nenhum caso de pena morte à exceção da Bielorrússia.

Ainda há países em que as execuções públicas são uma realidade, como a Arábia Saudita, a Coreia do Norte, o Irão e a Somália. Os métodos utilizados para obter confissões são também ainda pouco conhecidos, mas há suspeitas de que a China, o Iraque, a Arábia Saudita,a Coreia do Norte e o Irão recorram à tortura para obter confissões.

Lugar para sublinhar alguns pontos positivos do relatório da Amnistia Internacional, em que dão a conhecer que apenas 14 dos 49 países da África Subsariana ainda praticam pena de morte e que mais um estado dos Estados Unidos – o Illinois – deixou de contemplar a pena de morte na sua legislação.