Um relatório recente da Organização Mundial de Saúde mostra que o consumo médio de álcool na Europa é de 12,4 litros por habitante. Em Portugal, a média é de 13,4 litros, acima da europeia. O vinho, parte da cultura e história da nação, domina o consumo com 55%, seguido da cerveja, que tem conquistado mais adeptos, com 31%.

O setor cervejeiro tem sofrido alterações ao longo dos anos e “hoje, contribui com 1,1 mil milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB)”, diz Pires de Lima, presidente da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV). Carlos Martins, colecionador cervejeiro, concorda e diz que a cerveja “é impulsionadora da economia”.

A cerveja já está em Portugal há alguns anos mas, segundo Carlos Martins, “não faz parte da tradição dos portugueses”. Para o cervejeiro, é necessário que a cerveja entre nos hábitos de consumo, o que já está a acontecer com as mulheres, como explica

A empresa Três Cervejeiros lançou o seu produto para o mercado em setembro. Pedro Sousa, responsável pela produção da empresa, diz que, apesar de ainda não terem completado um ano, o balanço é positivo. A estratégia da empresa passa por distinguir-se do resto do mercado, afirma.

Cerveja portuguesa: o mito

Há muito tempo que se alimenta o mito da cerveja portuguesa ser mais forte do que as outras. Para reforçar esta ideia, o clube inglês Chelsea emitiu um comunicado a anunciar a cerveja portuguesa como “mais barata e mais forte” que a inglesa. Pedro Sousa explica que a cerveja portuguesa industrial, principalmente as duas maiores marcas, “tem, além da água, mais matéria”

Apesar das diferenças na confeção, o produtor encontra outra resposta para o mito. “Os turistas chegam a Portugal, bebem mais cervejas do que o habitual e, com o sol, acabam por dizer que a cerveja é mais forte, graceja. Pedro Sousa desvaloriza o mito e remata que só a viajar muito e a experimentar é que se podem tirar conclusões.