A celebrar o 9.º aniversário, o Black & White vai ter, de 18 a 21 de abril, além da competição de curtas, conferências com artistas, como Filipe Homem Fonseca, argumentista, escritor, músico e realizador português e Magali Charrier, realizadora e editora de curtas, e concertos noturnos de Nuno Prata e uma nova banda do Porto, os Lado esquerdo. A cerimónia de abertura acontece no dia 18, às 21h45, onde vai ser apresentada, em estreia, a peça multimédia “Journey to the Last Frontier”, de Victor Gama. A peça foi produzida especificamente para a cerimónia e o autor é também jurado do festival.

Este que é um festival “três em um” – já que aborda vídeo, fotografia e áudio – tem como objetivo, para Jaime Neves, diretor do Black & White, “conseguir cativar novos públicos de todas as idades”. Assim, uma das novidades desta edição é o facto de qualquer pessoa poder assistir a todo o festival, uma vez que a entrada é “totalmente gratuita”. A ideia surgiu para “inverter a crise”, que também atingiu a organização do certame, já que, como Jaime Neves confessa, apesar de se sentirem “muito felizes com o projeto”, foi “necessário bater a mais portas”.

A edição deste ano acontece, como habitual, no campus da Foz de Universidade Católca do Porto e vai contar com 31 filmes, nove sequências fotográficas e sete trabalhos em áudio. O diretor do festival afirma que o projeto tem dois júris: o júri de “pré-seleção, composto por 13 artistas” de várias áreas, que escolheu os trabalhos apresentados no festival das centenas de obras submetidas e, posteriormente, um júri de elementos internacionais que “assiste às obras ao mesmo tempo que o público” e atribui os prémios finais.

Uma das características que distingue o festival de outros projetos é a forte cooperação internacional. O Black & White tem parcerias com eventos internacionais igualmente diferentes, como o festival galego de Cans, que acontece numa pequena aldeia que não tem salas de cinema – as salas são as casas das pessoas. Outros exemplos são um festival alemão de curtas-metragens de novos realizadores, na Croácia, o “One take film festival“, com filmes só de um plano, um festival, no Reino Unido, de filmes de 15 segundos, e o festival norte-americano “LA Skins Fest“.

A forte componente internacional tem que ver, segundo Jaime Neves, com as “ambições longínquas” e com a vontade que existe em não ficar “preso ao Porto ou a Portugal”. A isto acrescenta-se a “maior responsabilidade” na organização, para não “defraudar as expetativas” de um festival com “cada vez mais visibilidade”.

O festival a preto e branco surgiu em 2002 da necessidade
de “criar algo diferente” e “ocupar um espaço que ainda ninguém tivesse ocupado”, diz o diretor. Grande parte do sucesso que o festival tem tido prende-se com o facto de não existir, “no mundo, um festival tão especializado”, garante.