O projeto Bio Star funciona depois das aulas e é uma oportunidade para os alunos da FEUP investirem na formação e preparação de um futuro profissional. Através das investigações que desenvolvem, os estudantes adquirem conhecimentos úteis para a licenciatura e para o mercado de trabalho.

Hélder Oliveira, um dos responsáveis pelo grupo, explica que a colaboração dos alunos de pré e pós graduação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) no Bio Star permite-lhes aprender e desenvolver competências úteis para o percurso académico e profissional.

Até ao momento, o grupo funciona como atividade extra-curricular e não tem influência direta nos resultados académicos. No entanto, está a ser falada a inserção destas atividades como créditos no plano de estudo dos alunos.

“De uma forma indireta, o que eles aprendem e desenvolvem no Bio Star serve depois para as cadeiras, problemas específicos que eles tenham durante o percurso académico. Aprendem diversas ferramentas e capacidades que podem aplicar”, diz o responsável.

Os alunos são divididos em grupos de acordo com os gostos que possam ter e criam-se equipas de trabalho. Até à data foram desenvolvidas quatro teses de mestrado a partir de projetos do Bio Star. “A mentalidade dos alunos tem vindo a mudar e cada vez mais estão dispostos a estas incitativas e o recrutamento processa-se de forma muito espontânea. Não temos quaisquer restrições de acolhimento de alunos”, afirma Filipe Magalhães, responsável pelo Bio Star.

Filipe Magalhães defende ainda a importância da atividade do grupo, que vê como um “fator de diferenciação muito importante, tanto na procura de emprego como no seguimento de uma carreira académica ou a nível de investigação”. “Todos acabam por ter o curso. São estes pequenos fatores que têm um grande peso nas opções que eles podem abraçar no futuro”, refere.

Pedro Costa, aluno de Bioengenharia, colabora no grupo Bio Star e considera “essencial ter este tipo de motivação”. “Chegamos a uma altura do nosso curso em que já não basta estudar, gostamos de fazer algo extra e temos uma maneira de aprender melhor as coisas”, justifica o estudante.

Para Pedro Costa, há uma clara vantagem entre os alunos que colaboram com o grupo e os que não estão ligados ao projeto. “Quando estamos nas aulas ou a fazer trabalhos já sabemos qual é a aplicação prática de muitas coisas. Muitos alunos ficam sem perceber para que é que algumas matérias servem ou qual a utilidade de alguma teoria. O facto de percebermos e praticarmos constantemente a matéria torna as coisas mais fáceis”, diz.

“Levantar dificuldades numa fase pré-empregabilidade vai ajudá-los a perceber as necessidades do mercado, a entender os relacionamentos com outros níveis de conhecimento e isso são mais-valias importantes”, explica o responsável.

“Como estamos ligados ao INEB, INESC e FEUP existe sempre a possibilidade de, depois de eles fazerem os projetos extra-curriculares, entrarem em bolsas de investigação e projetos dos institutos ou fazerem a tese associado a um tema de interesse a um instituto”, aponta Hélder Oliveira.

Parcerias para suportar custos

Os recursos de que o grupo mais necessita são físicos, como computadores, salas para workshops ou condução de trabalhos. Mas para a apresentação de trabalhos em conferências também são necessários fundos que é preciso assegurar. “Até ao momento não tem sido obstáculo. Mas percebemos que os tempos não estão fáceis e que temos de encontrar alternativas de financiamento. E daí os contactos com empresas”, explica Filipe Magalhães.

“Estamos a tentar criar parcerias com empresas, do ponto de vista da obtenção de meios e de financiamento para suportar algumas despesas que vamos tendo, às vezes coisas tão simples como uma viagem a uma conferência, por questões orçamentais e de gestão financeira”, diz.

Hélder Oliveira explica que grande parte dos trabalhos podem ser realizados apenas com um computador, pelo que os alunos podem trabalhar a partir de casa. Quando é necessário outro tipo de investigação, os alunos utilizam as instalações do INESC. “O INEB e o INESC têm unidades de investigação dedicadas à nossa atividade. Nós procuramos endereçar os nossos esforços em áreas complementares, não queremos competir com ninguém diretamente mas sim colaborar e colmatar algumas falhas”, afirma Filipe Magalhães.