O futuro do jornalismo” é uma sequência de fóruns que acontecem um pouco por todo o país no âmbito do projeto “Jornalismo e Sociedade” e que, dia 3 de maio, chega à Universidade do Porto (UP). O evento vai decorrer nas instalações do curso de Ciências da Comunicação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e pretende debater a questão da sustentabilidade do jornalismo atual, bem como criar uma Carta de Princípios, Direitos e Responsabilidades para o Jornalismo de Futuro.

O evento divide-se, essencialmente, em três conferências com um painel de convidados distintos que irão analisar as especificidades do mercado media português e as várias dificuldades que surgem diariamente para os profissionais da área. No entanto, a tónica vai estar sempre na reflexão do futuro do jornalismo e, assim, “os estudantes são os maiores interessados e o público-alvo, porque se fala de futuro”, garante Fernando Zamith, organizador local do evento. Paralelamente, a organização pretende “juntar a este grupo académicos, jornalistas, profissionais do meio e o cidadão comum que tem interesse pela área”, explica.

Deste modo, além de Gustavo Cardoso e Adelino Gomes, que são os organizadores nacionais do evento, o fórum no Porto vai contar com participação de personalidades como Carlos Magno, presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação (ERC), Alfredo Maia, jornalista do Jornal de Notícias e presidente do Sindicato dos Jornalistas, Ricardo Jorge Pinto, diretor adjunto de Informação da Agência Lusa e professor de jornalismo da Universidade Fernando Pessoa.

Quando questionado sobre a necessidade de existir um evento como este neste momento, Hélder Bastos, professor do Curso de Ciências da Comunicação na FLUP e um dos convidados a participar no fórum, afirma que “o jornalismo está a atravessar um período difícil a nível internacional” e, como tal, “esta é uma boa altura para reequacionarmos o seu papel”, perceber “o caminho que está a percorrer” e para que serve. Para além disso, “o jornalismo em Portugal não se discute a si próprio e, a nível dos fundamentos, está quase tudo por fazer”, revela o professor. “Portanto, só por isto este fórum já é bom”, acrescenta.

Durante o evento é esperada a participação do público, que vai ser convidado a preencher um inquérito e sugerir ideias para melhorar o meio. Os resultados serão utilizados na criação da Carta de Princípios, Direitos e Responsabilidades para o Jornalismo de Futuro. “Há princípios que são eternos e têm de ser reafirmados, mas há que fazer a ligação entre estes princípios e os novos problemas que trazem princípios novos”, explica Hélder Bastos.

O evento no Porto torna-se mais simbólico porque acontece no mesmo dia em que se comemora a liberdade de imprensa e iniciativa nacional “Um dia com os Media“. Em paralelo, vai decorrer na Universidade do Minho um evento similar, com o mesmo nome e o mesmo propósito.