O Sport Club do Porto (SCP) está em conflito com a Federação Portuguesa de Remo (FPR) por presumíveis ilegalidades que os dirigentes federativos têm levado a cabo. Especial destaque para Rascão Marques, o presidente do órgão diretivo. Em conferência de imprensa, esta quarta-feira, Paulo Barros Vale, presidente do SCP, fala de ilegalidades que já se tornaram “insustentáveis” pelo que a única solução “é a insolvência”.

A situação que está a causar maior polémica é a transferência de dois atletas da modalidade de remo, Nuno Mendes e Pedro Fraga, para o Sporting, a três meses dos Jogos Olímpicos de Londres. Os atletas ficaram em 8.º lugar nas olimpíadas de Pequim, em 2008, e têm feito o seu percurso no clube centenário do Porto. A transferência dos atletas para o clube leonino, diz Paulo Barros Vale, foi feita de forma ilegal porque “não teve a autorização do SCP”, necessária depois de acabar o período normal de transferências.

O presidente acredita que Rascão Marques tem outros interesses nestas transferências e critica o seu comportamento, assim como a atitude do Sporting que, ao contrário do Benfica (que primeiramente recusou esta transferência), aceitou os atletas e até propôs que continuassem a treinar nas instalações e com os equipamentos do SCP.

Atualmente, os remadores continuam a treinar no SCP e, para o clube, não há dúvidas de que a transferência não tem qualquer valor. Ainda assim, Paulo Barros Vale pretende resolver esta questão judicialmente, mas não confia nos órgãos da federação para o fazer. Deste modo, o SCP promete entrar com um processo judicial contra a FPR e a expetativa é acabar com todas as “pretensões de ordem ilegal” que a atual direção federativa possa ter.

Entre as ilegalidades apontadas hoje, o presidente do SCP destaca ainda a forma como o corpo dirigente da FPR foi eleito. Diz também que há um ambiente de “guerra interna” entre a federação e os diversos clubes tradicionais de remo, que têm sido prejudicados face a outros de maior envergadura mas sem experiência na modalidade. “Esta direção é contestada no geral pelos clubes tradicionais do remo e isso é conhecido e público”, garante Paulo Barros Vale. No entanto, “como não há qualquer federação alternativa, as pessoas deixam-se estar por ali até que a justiça tome uma decisão drástica em relação a quem lá está”, afirma.

O presidente do SCP admite ainda não ter falado com o Comité Olímpico Português, mas adianta que fará o necessário para que se declare insolvência a uma “federação que até demonstra indícios de ordem mais grave, que deveriam ser investigados pelo Ministério Público”.