Os estudantes universitários têm agora uma plataforma online onde podem denunciar a perda da bolsa escolar. O site “Eu Perdi a Bolsa” é um projeto criado por estudantes do Bloco de Esquerda com o objetivo de dar voz aos alunos que estão a atravessar dificuldades financeiras ou que abandonaram o curso superior por não poderem sustentar os estudos.

Fabian Figueiredo, um dos integrantes do “Eu Perdi a Bolsa”, explicou ao JPN que o site pretende lutar por uma ação social escolar mais justa, inclusiva e gratuita. “Os estudantes mais carenciados veem-se obrigados a abandonar o ensino superior por vontade deste governo, que não respode perante as pessoas que mais dele precisam”, afirma.

Ainda há bolsas por atribuir

O ministério da Educação e da Ciência anunciou que já foram aprovadas 51.624 das cerca de 95 mil candidaturas apresentadas, estando ainda em análise 5.702 processos.

O portal encontra-se online desde segunda-feira e, até à hora da publicação desta noticia, já podiam ser lidas oito denúncias. Fabian afirma que há uma ideia adjacente em todos os comentários expostos: “A revolta dos estudantes que, por não terem capacidades económicas, não conseguem continuar com os seus estudos.”

Uma das denúncias pertence a um aluno da Universidade do Porto. O estudante do 4.º ano de mestrado integrado em Medicina Veterinária do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) revela estar preocupado com a sua candidatura à bolsa de estudo, que ainda está em fase de análise, apesar de a ter submetido em julho de 2011. “Com esforço tenho conseguido suportar as despesas com transporte, alimentação e materiais necessários, mas ainda não paguei nenhuma prestação das propinas”, confessa.

Novo regulamento de atribuição de bolsas apresentado na Assembleia

Esta semana, o Bloco de Esquerda vai apresentar, na Assembleia da República, uma proposta de novo regulamento para a ação social escolar. O documento pode ser consultado no site e pretende simplificar o processo de atribuição de bolsas.

O projeto propõe que “quem tem dívidas na segurança social possa receber bolsa à mesma”, de acordo com Fabian Figueiredo. “As dívidas pertencem a pessoas desempregadas, com baixíssimos salários e algumas descobriram que têm dívidas à pouquíssimo tempo”, esclarece.