A cidade de Guimarães, Capital Europeia da Cultura 2012, recebe a 12.ª edição do Festival Nacional de Robótica. De 11 a 15 de abril, o Pavilhão Multiusos de Guimarães é a casa do maior evento de robótica do país, organizado pelo Departamento de Eletrónica Industrial da Escola de Engenharia da Universidade do Minho (UM) e pela empresa SAR – Soluções de Automação e Robótica.

O evento é realizado pela terceira vez na “cidade-berço”, depois de ter sido palco das edições de 2001 e 2006. O ROBÓTICA’12 tem um caráter competitivo e leva a concurso alunos de escolas básicas, secundárias e profissionais, universidades ou simplesmente pessoas e grupos interessados no tema. Os participantes dividem-se em duas categorias, juniores e seniores. Em declarações ao JPN, Fernando Ribeiro, professor da UM e um dos coordenadores do evento, diz que os objetivos da organização passam por “fomentar o interesse pela tecnologia nos mais novos, sejam da escola secundária ou universitários”.

As equipas podem competir em sete ligas diferentes. Na categoria júnior, dos 9 aos 18 anos, em dança, futebol robótico e operações de busca e salvamento. Já os seniores lutam pelos títulos no futebol robótico médio, condução autónoma, “robot@factory” (em ambiente fabril) e “freebots” (projetos livres, que não podem ser integrados noutras categorias). Os vencedores terão a oportunidade de defender as cores portuguesas na RoboCup2012, o Campeonato do Mundo de Robótica, que terá lugar em junho, no México.

O primeiro dia é, no entanto, dedicado a um simpósio, a parte científica do ROBÓTICA’12. São apresentados 15 trabalhos de robótica, previamente selecionados, e há ainda lugar para uma conferência do especialista holandês Raymond H. Cuijpers, da Universidade de Eindhoven. A partir daí, a semana é ocupada com ensaios e competições de robôs.

A entrada é livre para o público.

“Não temos hipótese de fugir à robótica no futuro”

Fernando Ribeiro salienta a importância de eventos como este para o desenvolvimento da robótica, afirmando que a troca de experiências é essencial.

Numa área que se espera ser parte essencial nas sociedades futuras, o professor da UM não tem dúvidas: “não temos hipótese de fugir à robótica no futuro; a questão passa pela autonomia que os robôs podem vir a ter”. Ainda assim, rejeita um cenário ficcional: “não podemos exagerar, os robôs não vão tomar conta do mundo”.

Fernando Ribeiro destaca que “os robôs podem colaborar em quase todas as áreas: acompanhamento de pessoas, hospitais, fábricas, etc, até dentro de uma casa, naquilo que chamamos de domótica”. Apesar de se esperar cada vez mais inovação, os robôs já são instrumentos importantes do presente. Fernando Ribeiro exemplifica, chamando atenção para os “aspiradores e cortadores de relva autónomos e, claro, os robôs industriais”.

Portugal é, neste momento, o quinto país que mais equipas coloca no RoboCup, depois de Japão, Alemanha, Irão e Singapura. Apesar de não se poder equiparar à inovação protagonizada por Japão e Alemanha – que, segundo Fernando Ribeiro, “são os grandes impulsionadores da robótica” -, Portugal mantém um lugar de destaque nesta área. “Tem-se evoluído bastante, tendo em conta aquilo que temos”, conclui Fernando Ribeiro.