O vídeo, colocado online esta sexta-feira de manhã supostamente pelo grupo português dos Anonymous, defende o movimento Es.Col.A do Alto da Fontinha e tenta evitar o despejo eminente, deixando mensagens de revolta e ameaça ao Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio.

Acusando o autarca de não ter qualificação para gerir a câmara ou promover o desenvolvimento da população local e de não respeitar os cidadãos, o grupo de piratas exige que “Rio e todos os intervenientes antidemocratas” que defendem a ordem de despejo “revejam as atitudes tomadas e admitam que estão errados”, pode ouvir-se.

Mostrando-se solidários com o coletivo Es.Col.A., afirmam que “nenhum dos okupas cometeu nenhum crime, apenas agiram em prol da comunidade, dando vida a uma escola abandonada há cinco anos e contribuindo para um melhor desenvolvimento social e intelectual das crianças” do Alto da Fontinha e exigem que “o espaço seja cedido de vez aos voluntários” do projeto.

Acusando a atitude da câmara de ser “vergonhosa para Portugal”, avisam ainda que “o tempo de impunidade está a acabar” e deixam uma mensagem a Rui Rio. “Esperamos que tenha entendido a nossa mensagem e que não nos obrigue a ser mais específicos e práticos”, avisam com uma voz de sotaque brasileiro no vídeo atribuído aos Anonymous, que termina com uma mulher a defender a ocupação.

Contactado pelo JPN, o coletivo da Es.Col.A. admite ainda não ter visto o vídeo por completo, já que é uma situação recente, mas mostra-se contente e diz que neste momento, “qualquer tipo de ação de solidariedade (com o projeto) é óptima”.

Projeto já dura há um ano e enfrenta mais uma ordem de despejo

Este mês fez um ano da ocupação da Escola Primária do Alto da Fontinha, em que o coletivo Es.Col.A. fez obras e tem promovido diversas atividades lúdicas e educativas para crianças e adultos do bairro. Com o aniversário, surge mais uma possibilidade de despejo, devido ao prazo definido pela Câmara Municipal do Porto para assinatura de um contrato.

No entanto, em carta aberta a 30 de março, o grupo afirma que isso seria “a sua sentença de morte, traduzida num contrato de aluguer com fim em junho”. 12 de abril era a data limite para a assinatura do contrato, tal como confirmaram os voluntários. Até hoje, 13 de abril, nada aconteceu, mas o despejo pode acontecer a qualquer momento.

Assim, o movimento Es.Col.A apelou a que as pessoas solidárias com o projeto se mantenham pelo edifício e, quem sabe, acampem por lá, para ajudar a evitar que tal aconteça. Entretanto, os voluntários estão a tentar a “organização de ações de defesa”, já que classificam a situação como “uma farsa inaceitável” e, portanto, a posição do movimento “só pode ser a de não aceitar a decisão de despejo”.