De acordo com a Comissão Europeia, cada pessoa tem, no mínimo, dois equipamentos ligados à Internet. O executivo europeu acredita que o número de equipamentos ligados à Internet suba para os 25 mil milhões, já em 2015, e para 50 mil milhões – o dobro – em 2020. O crescente aumento destes número verifica-se pelo também crescente aumento de dispositivos com capacidade de ligar à rede.

Diogo Gomes, docente no departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática da Universidade de Aveiro (DETI), diz que “estamos cada vez mais perto” de atingir os sete dispositivos por pessoa. “Hoje em dia, toda a gente tem uma ligação em casa” diz o docente.

As mudanças na tecnologia abrangem cada vez mais áreas diferentes. A alimentação tem sido uma das “novas áreas alvo” dos dispositivos ligados em rede. “Nos alimentos, há uma tendência de substituíção de tecnologia de código de barras pela RFID (radio-frequency identification). Isto vai permitir passar com as compras pela caixa e ver sair logo a conta”, explica.

Mas esta tecnologia não fica por aqui. O docente conta que isto vai permiter ao frigorífico “saber quantas coisas é que estão estragadas”. Diogo Gomes prevê que estes produtos, que já estão em funcionamento nos Estados Unidos da América, cheguem à Europa dentro de um a dois anos.

Os automóveis topo de gama também já têm ligação. Quando o carro precisa de manutenção, diz Diogo Gomes, o fabricante recebe uma mensagem de aviso. Esta tecnologia estará disponível em todos os automóveis também dentro de um a dois anos.

Os avanços tecnológicos vão permitir, por exemplo, que, caso um idoso que se esqueça de “tomar um comprimido muito importante”, possa ser “enviada uma mensagem de texto de alerta a um parente próxmo ou mesmo a um centro de emergência local”, para que “alguém entre em contacto com o idoso e verifique se ele está bem”, dizem os responsáveis da Comissão Europeia.

Apesar das vantagens que as ligações dos equipamentos à rede podem trazer, há aspectos, como a privacidade, que preocupam o especialista. O facto de as máquinas, nos hipermercados, “detetarem os produtos que compramos”, também vai “permitir a alguém ‘menos bom’ fazer uma leitura e saber o que se comprou”, conta.