O semanário “Grande Porto” foi lançado em julho de 2009, apoiando assumidamente a regionalização. Esta é a primeira mudança gráfica do jornal, tida como “radical” pelo diretor, Miguel Ângelo Pinto, que considera o antigo modelo “completamente ultrapassado”.

Uma vez que os jornais chegam de forma cada vez mais difícil à população, pela invasão preponderante do meio online, o desafio passa por “interessar as pessoas que ainda leem o papel”, defende Miguel Ângelo. Alertando para o facto de o conteúdo não deixar de ser primordial, o diretor do jornal acredita que a informação impressa deve cativar “pela forma como é embrulhado o conteúdo e não só pelo conteúdo em si”.

“Era um modelo pouco maleável que não nos dava muita margem de manobra para fazer arranjos de forma a cativar mais o leitor”, explica o diretor, salientando a falta que a mudança fazia.

Como tal, a equipa do jornal decidiu que a renovação passaria por um corte com o que existia. Miguel Âgelo ilustra a situação com a ideia de “deitar fora” o que tinham e fazer “algo de raiz”. As alterações passam, portanto, pela tipografia e pelo logótipo, que é uma das mudanças mais visíveis. Os objetivos são modernizar, apelar, dar mais espaço à imagem e à cor e dar novas abordagens. O jornal quer, também, alargar a sua incidência a mais um pouco do norte e do que há à volta do Grande Porto. “Agora vamos até Braga, Guimarães, São João da Madeira e Oliveira de Azeméis”, revela.

Apenas as editorias não foram alteradas. No entanto, Miguel Ângelo adienta que algumas secções mudaram de sítio, sendo que “a arrumação do jornal ficou diferente”. A capa é “completamente diferente”. Já no interior do jornal é facilmente verificável a distinção clara entre o que é uma notícia, um apontamento, e uma grande reportagem, o que anteriormente não era facilmente perceptível. As notícias em si, como explica o diretor do jornal ao JPN, “são menos maçudas”

Ainda que o objetivo do “Grande Porto” nunca tenha sido passar a edição do impresso para o online, foi feita uma renovação do site e o jornal vai apostar no online. “Não queremos substituir o papel”, garante, ainda assim, Miguel Ângelo Pinto. “O problema é que o que tínhamos antes nao era bem um site e escapou ao nosso controlo”, justifica.

O novo site, segundo o diretor do jornal, será muito mais interativo, contará com mais elementos e permitirá um maior contacto com as pessoas. À semelhança do jornal, “é radicalmente diferente do que existia”, diz.