O festival internacional de teatro “Fazer a Festa” não se vai realizar este ano nos mesmos moldes que anteriormente, por falta de apoios. Apesar disso, os 31 anos de existência do evento vão ser assinalados, com a presença solidária de duas companhias brasileiras. De dez dias, com a presença de trinta companhias, como acontecia normalmente, o festival foi reduzido a apenas três peças, que asseguram uma pequena programação no Auditório da Biblioteca Almeida Garrett que se estende ao Teatro Constantino Nery.

Fazer do teatro um espaço de festa destinado a todos os tipos de públicos e apresentar espetáculos de companhias de teatro nacionais e estrangeiras era o intuito do Fazer a Festa. José Leite, fundador e diretor artístico da entidade organizadora, o Teatro Art’Imagem, explica que, no ano passado, como forma do Festival não cair em esquecimento, foi feita uma “evocação”. Este ano, porém, a organização optou por fazer uma “invocação”, solicitando “ajuda aos deuses do teatro” e aos responsáveis pela cultura na cidade do Porto.

“Não queremos que o festival morra”, diz José Leite, que garante que é “uma pena e uma desgraça que o Porto deixe morrer festivais de teatro” e que estão a tentar que “o festival não seja esquecido nestes anos de chumbo”.

“Hoje vamos ter casa cheia no Constantino Nery”

O programa apresenta duas companhias brasileiras, a companhia Ocamorana com “Ruptura – Um processo Revolucionário”, e a Cia Paulista de Repertório, com “Gandhí: Um Líder Servidor”, um espetáculo sobre o líder indiano. O cineteatro de Matosinhos recebe hoje, pelas 21h30, a primeira peça, que aborda a Revolução dos Cravos: “Ruptura – Um processo revolucionário”.

As duas peças restantes vão ter lugar no Auditório da biblioteca municipal Almeida Garret, no Palácio de Cristal, espaço cedido pela Câmara Municipal do Porto. A segunda peça a ser exibida, também por uma companhia brasileira, vai ter lugar no dia 5 maio. Já a pensar nos mais “pequenos”, o Teatro Art’Imagem apresenta o espetáculo infantil “A História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar”, a partir da conhecida obra de Luís Sepúlveda, numa pequena temporada para o público escolar.