É no dia 25 de abril, às 15h00 e em plena praça da Batalha que a Assembleia Popular do Porto quer unir os cidadãos numa "Panelada de Protesto" para homenagear o dia e mostrar descontentamento. Basta trazer a panela e fazer barulho, muito barulho.

A “Panelada de Protesto” é um movimento previsto para o dia 25 de abril, mas já está a criar burburinho nas redes sociais. Iniciativa da Assembleia Popular do Porto, tem como objetivo relembrar o dia e os valores de Abril, mas também mostrar o descontentamento “com a forma como, passados estes anos todos, as coisas estão”, diz Maria Fernandes, membro da organização. A justificação no mural do Facebook do evento é clara: “ao fim de 38 anos, o que resta da ‘revolução dos cravos’ é o desemprego, a precariedade, a pobreza, a fome, a injustiça social e um Estado que não serve os interesses do povo”, pode ler-se na página do evento.

A ideia das panelas surgiu, essencialmente, devido ao simbolismo. Para além da ideia de protesto barulhento para chamar a atenção, “o povo tem cada vez menos dinheiro para ter sopa na panela”, explica Maria. Apesar de a organização esperar apenas entre 100 a 200 pessoas, Maria acredita que o movimento não vai passar em branco. “Todos os movimentos acabam por ter alguma repercussão, nem que seja mínima”, afirma.

Previsto para as 15h00, o ponto de encontro é na praça da Batalha e o desfile continua até aos Aliados. Á Assembleia Popular do Porto junta-se ainda o Grupo 25 de Abril Anti-Fascista e, por volta da meia noite, será cantada a música “Grândola Vila Morena” na praça da Liberdade.

A Assembleia Popular do Porto, responsável pela organização do protesto, surgiu depois do movimento 15 de Outubro e é aberta a toda a gente, tendo como objetivo “resolver os problemas das pessoas da cidade” e fazer uma “chamada de atenção a alguns aspetos que não funcionam de acordo com o que deveriam numa sociedade”, diz Maria Fernandes, que entrou para a Assembleia por acreditar que “esta é uma forma de participação política que pode ter muito poder”.