Ser capaz de ver através de um muro, de vidro, madeira, plástico, papel, pele humana ou demais materiais não é novidade. A inovação reside em conseguir fazê-lo recorrendo apenas a um “smartphone”, o que vai passar a ser possível devido ao trabalho desenvolvido por uma equipa de investigação da Universidade do Texas, liderada por Kenneth O, professor de engenharia elétrica.

O “segredo” consiste no Complementary Metal-Oxide Semiconductor (CMOS) que usufrui de potencialidades da banda de “terahertz”, e que, localizada no espectro magnético entre as microondas e os infravermelhos, já atravessava diferentes tipos de materiais, sendo utilizada em scanners digitais ou “scanners terahertz”.

Um pequeno chip, diversas aplicações

São várias as vantagens da tecnologia inventada pela equipa de investigação da Universidade do Texas. “O CMOS é barato e pode ser usado para fazer muitos chips”, explicou Kenneth ao website The Inquirer. “A combinação do CMOS com os terahertz significa que podemos colocar este chip na parte de trás de um “smartphone” e transformá-lo num dispositivo capaz de ver através dos objetos e que cabe num bolso”, acrescentou.

Deste modo, estes digitalizadores, mais baratos e pequenos, podem ser utilizados na segurança dos aeroportos, podendo “ver” através das malas e da roupa dos passageiros. Posteriormente, poderá ser, igualmente, possível detetar doenças simplesmente através da respiração, recorrendo a medidores de espectro. Ver se há tumores em pacientes sem ter de utilizar métodos agressivos é outra das possibilidades, assim como a de ver cabos no interior de uma parede ou até distinguir dinheiro falso. O leque de aplicações parece poder ser alargado, embora ainda não haja previsões para o momento em que a tecnologia vai estar acessível para uso comercial. “Há vários tipos de aplicações em que ainda nem sequer pensámos”, declarou o professor, ao mesmo site.

Quando questionado, pelo The Dallas Morning News, sobre a possibilidade de o chip conseguir ver através da roupa, o professor responde: “Claro que sim! Essa é uma das aplicações, mas para segurança”. Assim, a privacidade dos alvos dos “smartphones” não vai estar em risco, uma vez que o alcance máximo do chip é de apenas dez centímetros. Caso contrario, “seria o sonho de qualquer rapaz de liceu”, afirma Kenneth. “Mas essa não é a abordagem que nos interessa. Como digo aos meus alunos, esta aplicação vai estar à distância de um estalo”, assegura.