Ficar sem eletricidade, quando se está fora de casa, pode tornar-se uma catástrofe. Vasco Gomes tem um aquário de recife,e foi daí que partiu a ideia de desenvolver “Angry Bolt”. “Uma falha de eletricidade de algumas horas é suficiente para fazer com que tudo o que está dentro do aquário possa morrer. Logo, precisava de algum sistema de alerta”, explica ao JPN. O jovem, natural de Coimbra, trabalhou durante algumas horas livres, ao longo de três meses, para desenvolver a aplicação, disponível para download há três semanas.

Tecnicamente, “Angry Bolt” monotoriza qualquer IP, domínio ou URL de forma automatizada. Isto permite conectar o sistema a qualquer modem ou router com ligação à Internet, avisando o utilizador sempre que este fique sem eletricidade ou que a ligação à rede tenha sido desligada. O interface com o smartphone ou tablet é um widget, que se pode colocar no ecrã principal de qualquer Android.

A aplicação funciona, depois, de maneira simples. No ecrã principal podem ser apresentados três estados: lâmpada acesa quando a ligação à Internet está ativa, metade da lâmpada acesa em caso do dispositivo estar sem ligação à Internet e lâmpada apagada se o modem ou router estiver desligado.

Vasco Gomes diz que a aplicação pode ser utilizada em vários âmbitos. “No meu caso, serve para detetar se existe eletricidade em casa ou se fiquei sem Internet, mas também já me relataram que pode ser útil em laboratórios, para monitorizar máquinas e saber se estão a funcionar. Na prática, a aplicação monitoriza qualquer coisa ligada à Internet”, esclarece.

Exclusivo para Android, já chegou aos quatro cantos do mundo

A aplicação está disponível há três semanas no Google Play, o mercado oficial da Google. Neste momento estão disponíveis duas versões de “Angry Bolt”, uma totalmente gratuita e outra que funciona em alta definição e custa 1,75 euros. “Até agora o feedback tem sido muito positivo. 90% dos utilizadores da aplicação são estrangeiros, maioritariamente dos Estados Unidos, Espanha, México, Brasil, Índia, entre muitos outros países”, diz Vasco Gomes.

“Para já, e num futuro próximo, o desenvolvimento será somente feito em Android, pois tem um ‘market share’ maior e um custo de desenvolvimento muito inferior”, explica Vasco. “O investimento são 25 dólares (19 euros), que é o custo de criar uma conta de ‘developer’ no Google Play. Depois disso, podem-se submeter as aplicações que se entender”, diz. Já os utilizadores de Apple e Blackberry, apesar dos vários pedidos já recebidos, vão ter que esperar. “Para desenvolver para iOS é necessário pagar 99 dólares anualmente, ter um computador com sistema operativo da Apple e um iPhone – o que não sai nada barato”, afirma Vasco Gomes.

O criador de “Angry Bolt” garante que as pessoas com estudos nas áreas de programação ou engenharia de software não devem ter grandes dificuldades em desenvolver uma aplicação para Android, que considera ser um importante mercado a explorar. “A plataforma Android está disponivel em mais de 300 milhões de dispositivos por todo o planeta. Ao submetermos uma aplicação no Google Play, estamos a expôr automaticamente o trabalho para todo o mundo”, acredita.