Depois de um início de Queima chuvoso e cinzento, o bom tempo chegou. Mas, numa noite mais amena em termos meteorológicos, também a atmosfera no Queimódromo esteve calma.

Por volta das 23h00 subiram ao palco os portugueses Amor Electro. Depois de lançarem o álbum de estreia há apenas um ano e de imenso sucesso alcançado com o tema “A Máquina“, a banda abriu a noite.

Apesar de uma pequena gaffe com o nome da cidade onde estava (Marisa Liz disse estar “no Porco”), a vocalista manteve a empatia com o público que foi ao rubro com o tema de mais sucesso da banda. Estrearam, também, duas canções na Queima das Fitas do Porto e reviveram clássicos dos Sétima Legião.

A zona do palco principal estava longe de estar cheia. Contudo, alguns fãs dos Amor Electro fizeram-se ouvir considerando o concerto espetacular, apesar de “pequeno”. Rosa Monteiro acha que a música da banda lisboeta é “do melhor que pode haver em Portugal”.

Na conferência de imprensa pós-concerto, Marisa Liz destacou que a banda gosta muito de vir ao Porto. “A primeira vez que tocámos Amor Electro foi na praça da Batalha. Foi um concerto que vai ficar para sempre. E sabemos que, no Porto, quando as pessoas gostam, gostam mesmo”, disse.

Os cabeça de cartaz da noite, os escoceses Travis, também estiveram longe de encher o recinto. A quarta-feira, dia habitual dos grandes nomes internacionais, não manteve o ritmo de anos anteriores.

Neil Primrose Fran Healy, vocalista dos Travis, ineragiu bastante com o público e não deixou de parte grandes sucessos da banda formada em 1999. Depois de “Love Will Come Trough”, foi ao som de “Sing” que o público cantou.

O grupo de rock alternativo tocou grande parte dos temas do último álbum de 2008, “Ode to J. Smith”, e encerrou o concerto com chave de ouro com “Why Does It Always Rain on Me“.

Balanço da semana

A meio da maior festa da Academia do Porto, o JPN foi saber que balanço fazem alguns estudantes e trabalhadores da Queima das Fitas. Ana Sousa, estudante do Instituto Superior de Engenharia (ISEP), considera o cartaz “muito fraco”, admitindo que tem vindo à Queima pelo próprio evento em si e não pelos concertos.

Pedro Sacramento veio pelos Travis mas, mesmo assim, considera também que o cartaz está mais fraco, quando comparado com anos anteriores. Fábio Silva, da Universidade Portucalense, considera que, apesar do cartaz, o evento está “bem organizado”.

Nesta quarta-feira, grande parte da animação esteve concentrada nas barraquinhas após o fim dos concertos. Alguns estudantes declararam não estar particularmente interessados em nenhum nome do cartaz, mas sim em viver o “espírito académico”.

Carolina Ferreira, estudante de Engenharia do Ambiente na FEUP, está a gostar da festa, apesar de considerar que, “este ano, está um bocadinho mais vazia a nível de barracas. Mas é festa”. A estudante considera, também, que este ano os estudantes foram mais modestos na hora de comprar bilhetes, tendo adquirido “só para aqueles dias em que queriam realmente vir”.

Os vendedores de bens alimentares e das barracas de entretenimento queixam-se da falta de negócio. O mau tempo que se fez sentir e a crise económica são as razões apontadas. Daniela Lopes trabalha na barraca de tiro ao alvo da família e diz que este ano “está muito fraco. Devido à crise, as pessoas não têm dinheiro.”

Hoje à noite espera-se um Queimódromo cheio com os míticos Xutos & Pontapés.

Notícia atualizada às 14h24 de 10 de maio de 2012