As redes sociais têm-se assumido como uma forma fácil de travar conhecimento com novas pessoas, onde é possível visualizar a localização, formação educativa, assim como gostos pessoais. No entanto, há quem procure uma ajuda mais personalizada na procura da cara metade. Apesar de desconhecidas para muitos, as agências matrimoniais e as empresas que organizam speed dating afirmar ter uma grande taxa de sucesso.

Speed Party, a marca que promove eventos apenas para solteiros

Speed dating é a palavra de ordem da Speed Party, a marca registada da empresa Big Eventos Lda., que se dedica a promover eventos para solteiros e que conta com três colaboradores a tempo inteiro. Criada em 2005, a Speed Party conta com 100 novos membros todos os meses, tendo já organizado mais de 100 eventos que resultaram no encontro de mais de 15 mil pessoas solteiras.

O Speed Party introduziu o conceito de speed dating – encontros rápidos – mas a inovação não parou aí. Conta, também, com eventos para solteiros, como jantares, festas temáticas e cruzeiros, além de passeios pedestres e cursos. O dia do solteiro foi criado pela organização que o comemora, desde 2006, a 29 de setembro.

Miguel Moreira é o responsável pela Big Eventos Lda., a empresa que gere o site da Speedparty.net e afirma que, apesar de início ter existido algum preconceito quanto a este tipo de eventos, a procura aumentou gradualmente. Hoje a empresa tem uma grande procura neste campo e há vários participantes que repetem a experiência. A maioria dos clientes pertence a quadros médios e superiores, mas as profissões são “variadíssimas”, sendo que as faixas etárias dos 30, 40 e 50 anos dominam aqueles que procuram o Speedparty.net.

Os resultados têm sido positivos, diz Miguel Moreira: “85% dos participantes no Speed Dating têm pelo menos um ‘match’ e 60% têm pelo menos dois ‘matches'”, ou seja, desejam manter contacto entre si. Adianta ainda que existe um “feedback de vários casamentos realizados e de muitos namoros e amizades que se iniciaram na sequência destes eventos, inclusivamente entre pessoas do mesmo sexo”.

A inscrição no site permite, desde logo, a participação nos eventos que são pagos antecipadamente para que a organização consiga “garantir um número igual entre homens e mulheres em cada um dos eventos”. Quanto à importância dos encontros promovidos, o responsável admite que a tecnologia é importante, mas “nada substitui um encontro onde as pessoas se podem conhecer presencialmente”. O único pré-requisito está claro: ser solteiro.

Agência matrimonial “Amore Nostrum”

Com 10 anos de atividade, a “Amore Nostrum” já recebeu mais de 10 mil clientes. Assumindo-se como “líder no mercado de agências matrimoniais em Portugal”, a agência estuda o perfil de cada cliente de forma a encontrar alguém compatível. Vários psicólogos encarregam-se de estudar os perfis físicos, psicológicos e sociais dos candidatos sendo, assim, responsáveis por juntar pessoas “com grande compatibilidade e objetivos de vida comuns”.

Cada cliente passa por consultas preliminares e de psicologia onde se pode pronunciar sobre as características que procura num parceiro. “Dirigimo-nos a clientes que não querem deixar ao acaso o tipo de pessoa que vão conhecer”, afirma a diretora geral da agência. A maioria procura união de facto ou casamento, mas 15% dos clientes afirmam desejar apenas uma relação estável, em que cada um viva em sua casa.

De acordo com Liliana Duarte, a procura de um parceiro não é feita apenas por solidão mas, igualmente, por “falta de tempo para conhecer novas pessoas, inexistência de pessoas correspondentes ao seu ideal nos meios sociais que frequentam, necessidade de apoio na definição do que procuram, timidez e exigência”. Existe um equilíbrio na procura de um parceiro no número de homens e mulheres que recorrem aos serviços desta agência e uma taxa de sucesso que ronda os 85%. “Verifica-se que os casamentos a que damos origem se têm mostrado duradouros, gerando famílias felizes, também pelo nascimento de filhos desses casais”, acrescenta a psicóloga.

Apesar da crise, a diretora geral afirma que “a afluência de clientes tem aumentado de modo regular, estimando-se a entrada de cerca de 100 novos casos a cada mês”. A consulta preliminar custa 10 euros, sendo entregue a todos os clientes um contrato de prestação de serviços. Os preços das inscrições podem variar entre os 350 euros e os mil euros, mas o valor do serviço varia consoante a dificuldade do caso em questão, a duração do serviço e o número de apresentações necessárias.

Divorciados são os que mais procuram

“A necessidade de associação, amor e partilha do ser humano manifesta-se desde sempre: é intrínseca a todas as idades, géneros, culturas e, por vezes, um acontecimento de vida pode funcionar como fator que activa a decisão de procurar desenvolver um relacionamento sério”, garante Liliana Duarte. Atendendo ao nível sentimental e aos “padrões elevados e conservadores da sociedade portuguesa”, a “Amore Nostrum” só aceita clientes completamente livres, viúvos ou divorciados.

Os divorciados representam 50% dos clientes mas as faixas etárias variam muito. “O cliente mais jovem que tivemos tinha 19 anos e o mais velho 87”, diz a psicóloga. Mas são vários os sub-grupos que a “Amore Nostrum” reconhece. “Temos os solteiros que pretendem casar pela igreja e que rondam normalmente os 20-33 anos; os divorciados com filhos pequenos na casa dos 32-42 anos, os divorciados nos 40-50 anos com filhos adolescentes; os idosos com mais de 65 anos que sentem que a família não lhes dá a atenção devida e os idosos ativos que querem algo mais do que a atenção da família, nomeadamente viver um amor experiente”, acrescenta.

A diretora geral e psicóloga Liliana Duarte afirma que a confidencialidade é sempre mantida ao longo do processo e que são as duas pessoas que decidem se transmitem os seus dados pessoais uma à outra. Contudo, nem sempre há compatibilidade. “Se tudo der certo, nasce uma relação amorosa, mas se isso não acontecer, retomam as apresentações”, assegura Liliana Duarte. Com sede em Vila Nova de Gaia, a agência conta com uma equipa de 17 profissionais que se encontram em Lisboa, Porto, Braga, Coimbra, Leiria e Faro e, ainda, com serviço de apoio ao cliente.