O Concurso de Ideias de Negócio da Universidade do Porto, o IUP25K, é um incentivo à criação de novas empresas que tenham por base processos de exploração de conhecimento e inovação. Na sessão final do concurso, que aconteceu a 15 de maio, os finalistas tinham apenas oito minutos para convencer o júri e levarem para casa 15 mil euros para financiar o seu projeto.

A apresentação do TerMonitor por António Silva (estudante de Engenharia) e Miguel Neves (aluno de Medicina) impressionou o júri e arrecadou o 1.º prémio. Este projeto propõe a utilização de câmaras termográficas (que medem a temperatura por imagem) para detetar úlceras de pressão, que afetam 12,7% dos indivíduos hospitalizados no país. O TerMonitor permite detetar precocemente este tipo de lesões cutâneas, através da termografia, uma técnica que não é invasiva, não tem radiação ionizante e é indolor.

António Silva, ao JPN, confessa que, desde que foi anunciada a decisão, ainda não teve “mãos a medir”, dada a projeção que o evento conferiu ao projeto. “Apesar de acreditarmos na ideia e sabermos que tinha potencial de negócio, ter este reconhecimento faz com que transformar a empresa numa realidade seja bastante mais breve do que pensavamos”, garante.
No entanto, apesar do entusiasmo pela vitória, António Silva reconhece que “há que ter muita cautela” nos próximos passos a dar, dada a conjuntura económica.

Um “hospital de software”

O 2.º lugar foi arrecadado por Rui Maranhão e André Riboia com o Remote Debugging Service, uma aplicação informática que permite automatizar a tarefa de localizar falhas dos softwares. A título de exemplo, o custo das tarefas de “debugging” custa à economia dos EUA cerca de 60 mil milhões de dólares, daí a importância de ferramentas como esta, explica Rui Maranhão, ao JPN.

“O nosso projeto assemelha-se a um hospital de software”, garante Maranhão. Tal como num hospital, são realizados exames e diagnósticos. “O serviço que propomos faz testes ao software e, com base nesses resultados, diagnostica quais os problemas e indica onde se localizam as suas falhas, de forma a que possam ser rapidamente corrigidas”, explica.

Com o prémio de cinco mil euros que arrecadaram, os investigadores estão a pensar criar uma startup, de forma a explorar este serviço. “Também ponderamos chegar a acordo com uma outra empresa que pretenda adquirir os direitos da ideia, de forma a que esta ideia chegue o mais longe possível”, diz Rui Maranhão.

O 3.º lugar pertence ao SoundPace, uma ferramenta que carrega pacemakers cardíacos através de ondas sonoras. Por fim, o Projeto Linguinhas foi a escolha do público, que consiste numa aplicação para crianças, disponível para smartphones e tablets, de apoio à Terapia da Fala.