A Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto apela a que todos os estudantes do ensino superior da cidade se manifestem na próxima terça-feira, 22 de maio às 15h00, junto à reitoria da Uinersidade do Porto (UP). Os motivos de indignação relacionam-se, essencialmente, com a “expulsão” de 10 mil estudantes e com o corte de 30 mil bolsas de estudo.

Ainda assim, outras razões foram apontadas para a contestação. Além da já habitual revolta com a atribuição e o valor das bolsas de estudo, agora soma-se o protesto contra o fim do passe sub-23, o corte de verbas para o ensino superior, empréstimos bancários a que muitos alunos têm de recorrer ou ainda a emigração e o fim da época especial de exames.

“Independentemente de tudo, a AEFLUP tem a responsabilidade de defender os estudantes”, explica Leonor Figueiredo, membro da associação. Este ano “está mesmo caótico e o departamento de ação social recebeu muitas pessoas desde o início do ano”. “Não sei se é por isto ter chegado a este ponto”, confessa, mas os estudantes têm-se revelado recetivos sempre que são abordados pela AEFLUP para participar na manifestação.

Todavia, Leonor explica que a adesão a estas iniciativas é sempre “imprevisível” e que muitas das associações de estudantes não aderiram ao protesto. “A maioria põe-se à parte disto e não está interessada em fazer protestos, pelas mais variadas razões”, afirma.

Ainda que a tendência seja para os estudantes não se manifestarem significativamente, a AEFLUP promete não desistir do protesto. “Isto obviamente é algo simbólico, até porque a nossa ideia é entregar uma carta de seis metros”, diz Leonor mas, ainda assim, acredita que vai servir para pressionar o reitor, “uma vez que foi ele quem acabou com a época especial de exames”.

Com esta manifestação, a AEFLUP espera que “o reitor se digne a enviar as cartas” e não só obter uma resposta como também obrigar o executivo a pronunciar-se em relação ao estado do ensino superior.