Poucos foram os fãs de Coldplay que madrugaram para guardar lugar no Estádio do Dragão. Mas, com a aproximação da hora da abertura de portas, e apesar da chuva, começaram a formar-se as primeiras filas compactas.

Coldplay às 22h00

Os concertos começam às 19h00, sendo a primeira parte reservada a Rita Ora e Marina and The Diamonds. Os Colplay devem entrar em palco às 22h00.

A manhã de sexta-feira começou cinzenta e tranquila para os que esperavam para ver os britânicos Coldplay esta noite. Por volta das 10h00, alguns grupos de jovens encontravam-se à volta do estádio, sentados no chão ou em escadas.

A tranquilidade que se vivia cá fora, antes de se começarem a formar as longas filas de espera para entrar, contrastava com a azáfama de quem preparava o espetáculo, e cuja atividade se via vagamente por entre o gradeamento. No entanto, e inicialmente, não havia sinal de vendedores ambulantes: apenas um stand de merchadising começava a ser montado, atraindo alguma atenção.

Cátia Rodrigues é uma das vendedoras de merchandising presentes no local, e conta com boas vendas antes do espetáculo, pois acha que as pessoas “têm sempre dinheiro para este tipo de coisas”. O merchandising é o oficial da banda, relativo à tour do recente álbum “Mylo Xyloto”, e o preço das t-shirts ronda os 35 euros.

A conversar, a comer, a ler ou simplesmente à espera, as cerca de cem pessoas que já se encontravam no estádio de manhã foram passando o tempo que faltava até à abertura de portas, às 16h00.

Sentado pacientemente numas escadas estava um grupo de cinco amigos que veio de Braga, todos vestidos com a mesma t-shirt preta e cinzenta onde se pode ler o nome da banda e do novo álbum. Chegaram às 9h00 e há apenas uma estreante no que toca a ver um concerto da banda. Não fazem distinção entre álbuns antigos e recentes, pois querem “ouvir tudo”. “As músicas são todas perfeitas”, diz Carla Ribeiro, uma das integrantes do grupo.

“Repetentes” divididos com o novo trabalho da banda

Ana Dias veio de Lisboa para o seu quarto concerto de Coldplay. Além de já ter visto a banda na sua cidade, viu-os também no Reino Unido, Colômbia e Espanha. Afirma, com convicção, que este concerto “vai ser muito bom”. Chegou ontem à noite, mas não acampou à porta do Estádio do Dragão. No entanto, conta ter ouvido rumores de que “havia uma pessoa que queria acampar”, mas não sabe se tal se concretizou.

A viver no Porto, Sofia Carvalho chegou ao estádio por volta das 9h30. Nunca viu Coldplay ao vivo e não se considera uma grande fã, mas veio cedo para marcar lugar, pois quer “ir para a bancada”. Afirma que, “sem dúvida”, o último álbum da banda lhe agradou, mas que gosta mais dos primeiros trabalhos.

Sentados de encontro a um gradeamento estão três jovens. Hugo Silva é do Porto e conta que achou o preço do bilhete razoável, apesar de só ter comprado na semana passada o seu. Já viu Coldplay duas vezes, uma em 2005 nos MTV Europe Music Awards e, uma semana depois, em nome próprio no Pavilhão Atlântico. As expectativas não são muito altas, pois o jovem “gostava mais dos trabalhos antigos da banda”. Mesmo assim, “Coldplay é Coldplay”, diz.

Já Tiago Moura, do mesmo grupo, afirma gostar do novo trabalho, apesar das reticências iniciais. Teve que ouvir o álbum “muitas vezes” até que o conceito “se entranhasse”.
Sobre o facto do concerto ser no Porto, Hugo Silva afirma que já havia falta de uma
descentralização dos espetáculos, mas que quem deseja ver uma banda se vai deslocar, “independentemente do local do concerto”.

O grupo veio cedo, pois contava com uma enchente, estando surpreendido com a acalmia registada nas primeiras horas da manhã.

“As expectativas para este concerto são as melhores, porque vou conhecê-los”, diz Andreia Pinho, que também veio da capital, mas com uma motivação extra. A fã ganhou um “meet and greet” para conhecer os britânicos, pelo que está “nervosa”. É também uma repetente no que toca a assistir a espetáculos dos Coldplay. Afirma que são a sua banda preferida, logo “são sempre bons”. No entanto, na sua opinião, o último álbum molda-se mais às “exigências das massas”.

Abertura de portas abençoada pela chuva

A manhã foi calma mas, quando a tarde chegou, o cinzento traduziu-se em aguaceiros, que fizeram despontar um autêntico mar de guarda-chuvas na multidão que entretanto havia surgido. Do Estádio do Dragão ouviam-se algumas músicas pop, assim como os pregões de vendedores de guarda-chuvas, que aproveitavam para fazer negócio.

Quem não tinha com que se abrigar, recorria a todos os locais que ofereciam proteção, incluindo os guarda-sóis dos vendedores ambulantes que chegaram à tarde. As filas foram aumentando à medida que a hora de abertura se aproximava, e espalhavam-se por onde desse, uma delas chegando mesmo a fazer um “U” já na Alameda.

Apesar da impaciência para entrar, a chuva parece ter tido um efeito “calmante” nos jovens.
Só de vez em quando se ouvia o cântico do refrão da música “Viva La Vida“. De resto, a maior
preocupação entre os fãs parecia ser mesmo manterem-se abrigados dos aguaceiros.

Pouco antes das 16h30, deu-se a abertura de portas, com a multidão especialmente compacta nas filas da frente a debater-se para entrar.